O procurador de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Domingos Sávio, afirmou que a denúncia do prefeito eleito Abilio Brunini sobre ligação de vereadores com facções criminosas é grave, mas não surpreende. Em vídeo, ele avalia que a forma incisiva com que o deputado federal acusa é taxativa “tem fundamento”. Apesar da avaliação alarmante, o procurador afirma que “vai esperar” as investigações.
Há semanas Abilio vem dizendo que 3 ou 4 vereadores foram eleitos com dinheiro da facção e que o grupo criminoso influencia na escolha da Mesa Diretora, oferecendo até R$ 200 mil por voto. Ele ainda não citou nomes, mas já se reuniu com o secretário de Segurança, César Augusto Roveri, e fez a denúncia formal.
Para o procurador, é notório os tentáculos de organizações criminosas nos Poderes, ação que é benéfica ao grupo.
“A administração pública é um espaço para que os líderes destas organizações consigam bons contratos e os mais diversos benefícios, como a elaboração de leis que as favoreça, imunidades tributárias e isenções fiscais para seus empreendimentos e de seus simpatizantes”, exemplifica o membro do MP.
O procurador afirma que a denúncia não surpreende, na medida em que é notória a movimentação nas organizações visando ocupar espaços na administração pública.
“No entanto, a denúncia é preocupante quando aponta incisivamente e de forma tão taxativa que existem vereadores eleitos em Cuiabá graças ao apoio destas organizações. Certamente, a denúncia do prefeito não é leviana e nem pode ser considerada mero discurso político”, alerta.
Tramita uma apuração e já foi oferecida denúncia contra o vereador Paulo Henrique, no qual é acusado de agir em prol do Comando Vermelho para liberação de festas na cidade. No mesmo inquérito o deputado Juca do Guaraná é citado. As relações criminosos são tratadas na Operação Ragnatela.
Fonte: Gazeta Digital