Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) Eduardo Botelho (União) chamou o governador Mauro Mendes (União) de “infeliz” ao criticar deputados que estavam "fazendo barulho" para o fim da proibição da pesca.

Para ele, todo o alvoroço em torno do projeto proposto tinha caráter eleitoreiro e acabou com o fim da eleição.

O discurso sobre suspensão da Lei da Pesca foi encabeçada por aliados de Abilio Brunini, eleito no domingo passado (27) prefeito de Cuiabá, no segundo turno das eleições e acabou saindo de pauta por "equívoco". 

Passado a eleição, o chefe do Legislativo criticou o fato dos parlamentares terem colocado o assunto na gaveta. “Agora, eu quero, inclusive, defender. A discussão estava grande e cadê? Parou a discussão ou era só para a eleição? Cadê o povo que estava gritando aí, cadê esses deputados? Era só para a eleição, agora acabaram os defensores? Vem aí, vamos ver, cadê eles? O pessoal fez vídeo.

Ninguém procurou. Hoje ninguém tocou nesse assunto na sessão, as outras, todo dia, estavam lá do lado de um deputado, do outro lado, era só para a eleição. Só para ganhar o voto, só mentira, é isso que eu não gosto”, disparou.

Na reta final do segundo turno, a bancada bolsonarista que apoiava Abilio Brunini (PL) apresentou uma proposta prometendo a revogação da Lei da Pesca. Os parlamentares chegaram a gravar um vídeo com o liberal para provocar a discussão.

No entanto, o adversário Lúdio Cabral (PT) expôs que o projeto era uma manobra e visava revogar apenas as alterações feitas em fevereiro deste ano, que proíbe a pesca de 12 espécies mais comercializadas do Estado. Ou seja, voltaria a vigorar o texto original apresentado pelo governo do Estado vetava pesca total pelos próximos 5 anos.

Após a exposição do petista, os bolsonaristas decidiram retirar a proposta de tramitação. No entanto, a polêmica medida já vinha sendo explorada de forma política desde o primeiro turno, quando Botelho era candidato e contestou a regra.

Na época, o governador Mauro Mendes (União) chegou a criticar o posicionamento do chefe do Legislativo. Contudo, ao apoiar o Abilio no segundo turno, adotou um tom totalmente diferente e mais ameno ao aliado, que também defendeu a derrubada da legislação.

“O governador foi infeliz, porque ele não falou a verdade. Quem falou a verdade fui eu. Eu sempre falei a verdade. Eu disse para ele que o projeto era bom, mas que eu não seria a favor por conta dos pescadores. Essa é a verdade”, expressou.



Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: JLSIQUEIRA/ALMT