Amigas vencem o câncer e se unem em prol de projeto para ajudar hospital em Cuiabá

Natural de Poconé, Magna descobriu o câncer de mama no fim de 2021, quando fazia exames de rotina. Ela, que já possuía 4 nódulos no seio, viu um quinto se transformar em 16

Como forma de ajudar o Hospital do Câncer de Mato Grosso após vencer a doença, a assistente social Magna Cristina de Abreu, 42, decidiu, com outras duas amigas que também enfrentaram a doença, criar um projeto para reunir materiais eletrônicos e reverter o dinheiro para ajudar a unidade. Localizado em Cuiabá, a instituição atende a pacientes de todo o estado em busca de tratamento.

 

Natural de Poconé, Magna descobriu o câncer de mama no fim de 2021, quando fazia exames de rotina. Ela, que já possuía 4 nódulos no seio, viu um quinto se transformar em 16.

 

“No final de 2021, eu descobri mais um nódulo na minha mama direita. Eu fui ao médico e ele me disse que, como aquele era diferente, era melhor tirar. Mas antes pediu para que eu repetisse os exames em 6 meses e me passou algumas medicações. Só que quando eu repeti os exames, já tinham mais de 16 nódulos, iguais aquele”, lembra a mulher.

 

Ela reforça que o autoexame e a rotina de cuidados salvou sua vida e, por isso, a conscientização das mulheres é tão importante.

 

“Eu testei para um câncer bastante agressivo, que, se eu não seguisse minha rotina de prevenção, não teria sobrevivido a 2022. Por isso a gente bate muito na tecla da prevenção, fazer o autoexame, procurar um médico”, destaca.

 

Devido à quantidade de nódulos, Magna realizou sua primeira cirurgia de quadrante e retirou uma parte da mama, mas após o tratamento precisou remover todo o seio direito.

 

“Na biópsia foi confirmado que era um câncer de mama. Depois eu fiz 8 sessões de quimioterapia, foi preciso tirar toda a mama direita e eu fiz esvaziamento da axila também. Tirou tudo. Tenho algumas limitações no braço direito por conta disso. Mas, assim, não me atrapalha em nada no meu dia a dia”, conta a assistente.

 

Durante suas idas e vindas ao Hospital do Câncer ela descobriu o Ecoponto, que já está na unidade para recolher materiais eletrônicos e vender para a empresa especializada. Foi aí que ela se juntou com outras duas amigas, que também enfrentaram a doença, para arrecadar esses materiais em Poconé.

 

“Começamos só nós 3 e nossos maridos. A gente se revezava em ponto fixo da cidade para ficar recebendo as coisas. Depois das 18h a gente ia buscar os materiais nas casas das pessoas que não podiam levar”, relata.

 

Em menos de 30 dias, o projeto já juntou toneladas de materiais eletrônicos e mobilizou toda a cidade, inclusive parceiros que disponibilizavam caminhões para carregar os materiais.

 

“Nós começamos a envolver a comunidade, fazendo vídeos para as redes sociais, indo às rádios e TV's daqui de Poconé, e aí o projeto explodiu. Em um dia levei o caminhão carregado para Cuiabá de manhã, na mesma tarde o salão já estava lotado de novo. As pessoas começaram a ir lá, a entregar coisas, e, às vezes, falavam que não podiam ajudar com muito, mas davam R$ 50 reais para pagar o frete”, comemora a idealizadora do projeto.

 

Magna não contabilizou as toneladas de materiais arrecadados no primeiro mês do projeto.

 

“Eles pesam o caminhão carregado e passam para a gente qual foi o valor arrecadado. Todo esse valor é 100% paro Hospital de Câncer de Mato Grosso. Eu não tenho histórico de câncer na família, então foi um susto grande, mas Deus me sustentou até aqui e eu sempre tive certeza que eu tinha um propósito maior que hoje é ajudar muitas pessoas”, conta.






Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Arquivo Pessoal