Moradores, pesquisadores e professores da UFMT se unem contra as obras do Portão do Inferno

Segundo a pesquisadora Suzana Hirooka, uma discussão sobre o assunto foi realizada na Câmara de Vereadores da cidade turística na última terça-feira (20)

Moradores, pesquisadores e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), contrários às obras do Governo do Estado no Portão do Inferno, que consiste na retirada do maciço rochoso da curva no local, iniciaram um abaixo–assinado que reúne mais de 13 mil pessoas, reivindicando a garantia de ir e vir, além do respeito ao patrimônio paisagístico e cultural de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte).

 

Segundo a pesquisadora Suzana Hirooka, uma discussão sobre o assunto foi realizada na Câmara de Vereadores da cidade turística na última terça-feira (20). Ela descreveu a reação dos parlamentares acerca dos apontamentos dos profissionais como “chocante”.

 

 

“A gente fez uma discussão com os vereadores, e eles estão assustados, é unânime. Eles não querem o retaludamento”, disse a pesquisadora.

 

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Pesquisadores Portão do Inferno 2

 

Conforme os estudos realizados pelos pesquisadores, o morro de arenito não será aglutinado com concreto, sendo condenado a sofrer erosões similares a uma “voçoroca”, que é a formação de grandes buracos de erosão decorrentes da água da chuva. Já a areia oriunda disso terá como destino o Complexo Turístico da Salgadeira e o Rio Coxipó.

 

De acordo com a pesquisa dos profissionais, será um efeito “dominó”, acarretando em um desmoronamento, prejudicando as populações de Chapada e Cuiabá.

 

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Pesquisadores Portão do Inferno 1

 

Uma nova audiência pública com os vereadores do município foi solicitada pelo movimento, além de uma reunião com os deputados de Mato Grosso. A construção de uma ponte ou viaduto no local é uma das propostas “alternativas” às obras de retaludamento, e visto como solução para evitar uma tragédia ambiental.

 

Prejuízo aos moradores

Para os moradores de Chapada, o possível fechamento da MT-251, por conta das obras, causará transtornos inimagináveis, pela falta de alternativas de trajetos que possibilitem o deslocamento para Cuiabá por exemplo. A população cita casos de tratamentos médicos, aulas em escolas e faculdades, além de empregos na capital.

 

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Pesquisadores Portão do Inferno 3

 

A obra

As obras de retaludamento no Portão do Inferno estão previstas para começar na próxima quarta-feira (28). Segundo a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), as medidas de controle ambiental atendem às exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Conforme o órgão, a rodovia estadual MT-251 não será interditada nos primeiros dias da obra.


Fonte: Gazeta Digital
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