MT registra 3ª maior queda de vegetação e clima cobra conta

Segundo o estudo, que analisou dados entre os anos de 1985 a 2023, além de Mato Grosso, também se destacam pela redução expressiva de vegetação nativa Rondônia (de 93% para 59%), Maranhão (de 88% para 61%) e Tocantins (de 85% para 61%)

Mato Grosso é o 3º estado que mais apresentou redução em áreas de vegetação nativa, caindo de 87%, em 1985, para 60% de seu território. Essa redução apresenta riscos climáticos. É o que aponta um mapeamento divulgado nesta quarta-feira (21), pelo Mapa Biomas.

 

Segundo o estudo, que analisou dados entre os anos de 1985 a 2023, além de Mato Grosso, também se destacam pela redução expressiva de vegetação nativa Rondônia (de 93% para 59%), Maranhão (de 88% para 61%) e Tocantins (de 85% para 61%).

 

Ao todo, 26 das 27 unidades federativas tiveram redução. O estudo aponta que entre as maiores causas da perda da vegetação nativa estão o avanço da pastagem e agropecuária, além da ação humana e expansão urbana. Em Mato Grosso, a área de pastagem passou de 6%, em 1985, para 24% em 2023.

 

Segundo o ambientalista Eduardo Reis, a situação em Mato Grosso, conforme os dados do MapBiomas, é um indicativo claro do aumento dos riscos climáticos, tanto no Estado quanto em outras regiões afetadas.

 

“O desmatamento em Mato Grosso está relacionado ao avanço da agropecuária, que se expandiu significativamente nas últimas décadas. A perda da vegetação nativa, especialmente nos biomas de Cerrado e Amazônia, impacta a dinâmica climática regional. Sem a cobertura vegetal, a capacidade de regulação do clima fica prejudicada, reduzindo a proteção contra eventos extremos, como secas e enchentes”.

 

Ressalta ainda que o desmatamento aumenta o risco de erosão e altera o ciclo hidrológico, agravando as condições para a agricultura e outras atividades econômicas que dependem do equilíbrio ambiental. O coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, explica que a perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos.

 

“Uma parte significativa dos municípios brasileiros ainda perde vegetação nativa. Mas, por outro lado, quase 1/3 dos municípios brasileiros estão recuperando áreas de vegetação nativa. O Brasil ainda tem 64,5% de seu território coberto por vegetação nativa. Em 1985, eram 76%. Em 37% dos municípios brasileiros houve ganho recente de vegetação nativa”.


Fonte: A Gazeta 
Crédito da Foto: Cássio Caramori/arquivo pessoal