MPF abre inquérito contra pecuarista investigado por desmatar o Pantanal

Ainda segundo o MPF, foram aplicados inseticidas Tordon e Pique, para uma área total de 9.495 mil hectares na Fazenda Indiana, a qual faz divisa com a Terra Indígena

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil para investigar o pecuarista C.O.L, por suposta pulverização de agrotóxicos de maneira ilegal em sua fazenda que faz divisa com a Terra Indígena Perigara. De acordo com a portaria publicada nesta quarta-feira (21), dados da secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), apontam que não poderia ter sido realizada a pulverização aérea no local, diante da grande capacidade de dispersão descontrolada desses agrotóxicos.  

 

 

Ainda segundo o MPF, foram aplicados inseticidas Tordon e Pique, para uma área total de 9.495 mil hectares na Fazenda Indiana, a qual faz divisa com a Terra Indígena.  

 

“Considerando ser consistente a tese de que a pulverização e/ou contaminação dos agrotóxicos na Fazenda Indiana atingiu também a terra indígena Perigara (...) Resolve converter a notícia de fato em inquérito civil, instaurado para apurar eventuais impactos socioambientais ocorridos na TI Perigara em razão da aplicação indevida de agrotóxicos por C.O.L nas fazendas de sua propriedade, situadas em Barão do Melgaço/MT”, diz trecho da portaria assinada pelo procurador da República, Gabriel Infante Magalhães Martins.      

 

C.O.L, ficou conhecido nacionalmente por desmate químico no Pantanal Mato-grossense em áreas que totalizam 81 mil hectares. A área abrangida pelo despejo criminoso de agrotóxicos para desmatamento químico está compreendida em 81.223,753 hectares dos imóveis rurais de propriedade do investigado, integralmente inseridas no bioma Pantanal – em região que deveria ser ícone na proteção ambiental por se constituir em Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera.    

 

A análise de dados fiscais realizados pelo Núcleo de Inteligência da Dema consignou que, no período de 1º de fevereiro de 2021 a 8 de fevereiro de 2022, foram adquiridos agrotóxicos de várias distribuidoras, destinados à propriedade investigada. Somados, os insumos totalizam mais de R$ 9,5 milhões.

 

Outro lado

A reportagem procurou a assessoria do pecuarista, e a matéria será atualizada assim que ele se manifestar.


Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Divulgação