Demanda de consumo e questões logísticas devem ser um dos principais desafios para o avanço da agroindústria em Mato Grosso. A avaliação é do gerente de consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar Castro Alves. Em entrevista, o gestor pontuou que o Estado deve se manter com os olhares voltados para a alta produção e exportações.

O especialista ainda comentou sobre as projeções produtivas da 5ª edição do Visão Agro, estudo conduzido pelo time de Consultoria Agro do Itaú BBA, com o objetivo de oferecer um panorama do agronegócio para o ano safra 2024/25.

“Mato Grosso é um Estado muito grande, com uma vocação enorme para produção de grãos e proteínas. Porém, tem um consumo e uma população relativamente pequena em comparação com outras regiões. Entendo que é mesmo difícil que grande parte da produção acabe ficando no Estado para ser processada. Existem razões logísticas, distância de portos, que sugerem que a carne, o boi, devem ir para as regiões de maior população”, explica.

A declaração foi dada quando o gestor comentava sobre o desenvolvimento de agroindustrialização em Mato Grosso. O processo consiste na transformação das matérias-primas produzidas no agronegócio em uma variedade de produtos direcionados ao consumidor final. No entanto, a atividade em questão possui avanços tímidos no Estado.

Cesar não enxerga o atual cenário como um “problema” e aponta que é natural que grande parte da produção do Estado seja processada em outras regiões, já que a maior demanda segue sendo para a exportação.

“Cada vez mais a demanda maior vem da exportação, é natural que essa produção seja voltada mais para a produção primária e não para industrialização. No entanto, não vejo isso como um problema definitivamente. Até mesmo porque em um grão de soja tem muita tecnologia, muito emprego, insumo e uma cadeia que se desenvolve até chegar nele”, acrescentou.


Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Allan Mesquita