Justiça sorteia juízes militares do caso da morte de aluno em treinamento dos Bombeiros

A audiência de constituição do Conselho Especial de Justiça ocorreu no último dia 1º de agosto e entre os presentes estava o réu, o capitão dos Bombeiros Daniel Alves de Moura e Silva

Juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá Especializada da Justiça Militar, sorteou os 4 juízes militares e os dois suplentes que atuarão no julgamento sobre a morte do aluno soldado Lucas Veloso Peres, ocorrido em fevereiro deste ano durante treinamento na Lagoa Trevisan. A sessão de posse foi marcada para novembro.

 

 

A audiência de constituição do Conselho Especial de Justiça ocorreu no último dia 1º de agosto e entre os presentes estava o réu, o capitão dos Bombeiros Daniel Alves de Moura e Silva.

 

No sorteio foram escolhidos 4 juízes, sendo: tenente-coronel BM Jusciery Rodrigues Marques Costa; tenente-coronel BM Paulo César Crivelli; tenente-coronel BM Rodrigo Armond Santos; tenente-coronel BM André Luiz Dechamps.

 

Além disso, também foram sorteados dois juízes militares suplentes, o coronel BM Fabrício Gomes Costa e a tenente-coronel BM Pryscilla Jorge Machado de Souza.

 

O juiz Moacir Rogério Tortato ainda convocou os juízes militares para a sessão de posse e de instrução no próximo dia 11 de novembro.

 

O caso
Consta no documento que o capitão Daniel Alves de Moura e Silva foi o responsável por comandar a atividade prática de instrução de salvamento aquático, tendo como monitores o soldado Kayk Gomes dos Santos e o soldado Weslei Lopes da Silva.

 

Conforme a dinâmica proposta, a cada dois alunos, um deveria portar o flutuador do tipo Life Belt. Nessa divisão, o soldado Lucas Veloso Peres ficou com a missão de levar o equipamento. Após percorrer aproximadamente 100m da travessia a nado, o aluno passou a ter dificuldades na flutuação e parou para se recompor, utilizando o Life Belt.

 

Desconsiderando o estado de exaustão do soldado, o capitão determinou que ele soltasse o flutuador e continuasse o nado. A vítima tentou dar prosseguimento à atividade por diversas vezes, voltando a buscar o flutuador em razão das dificuldades.

O capitão insistiu para que o soldado soltasse o equipamento de segurança, proferindo ameaças, até que determinou ao soldado Kayk Gomes dos Santos que retirasse o flutuador da vítima.

 

O monitor retirou o Life Belt de Lucas e lhe deu “vários e reiterados caldos”. Desesperado e com intenso sofrimento físico e mental, a vítima passou a clamar por socorro e pedir para sair da água.

 

O capitão, que estava em uma prancha, desceu do equipamento, ordenou que os alunos continuassem a travessia e disse que supervisionaria o aluno. Ele se posicionou à frente da vítima quando percebeu que ela submergiu. Ao retornar à superfície, Lucas Veloso Peres estava inconsciente. A vítima foi colocada na embarcação e imediatamente constatada que “não havia pulsação carotídea, e, portanto, havia entrado em parada cardiorrespiratória”. O aluno faleceu no local.



Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Reprodução