Governador diz que afastamento é 'ruim' e lamenta episódio

Os magistrados deixaram os cargos por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apura denúncias de envolvidos em esquema de venda de sentenças

O governador Mauro Mendes disse desconhecer os fatos que levaram ao afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), porém afirmou que o episódio é lamentável. Os magistrados deixaram os cargos por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apura denúncias de envolvidos em esquema de venda de sentenças. Os representantes do Judiciário tinham, segundo apuração, "amizade íntima" com o advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro passado, acusado de dar vantagens e presentes em troca de boas decisões nas ações em que atuava.

 

A declaração foi dada durante reunião na sede do União Brasil, que oficializou o médico Marcelo Sandrin (Republicanos) como candidato a vice-prefeito na chapa do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho, nesta sexta-feira (02),

 

“Primeiro, eu não tenho conhecimento dos fatos, só tenho a lamentar. Entretanto, não posso ainda me pronunciar, porque não conheço os fatos, as circunstâncias e preciso tê-lo para que eventualmente tenha alguma opinião a respeito”, afirmou o governador Mauro Mendes.

 

 

Questionado se os afastamentos demonstram fragilidade do Poder Judiciário de Mato Grosso, o chefe do Executivo estadual disse ser “ruim”, mas que não pode emitir opinião sem conhecer o contexto.

 

“Independente do contexto, claro que é ruim, entretanto não dá para emitir opinião sem conhecer o contexto”, explicou Mendes.

 

Caso

Os magistrados foram afastados nessa quinta-feira (1), por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por suspeita de venda de sentença. A decisão foi proferida pelo corregedor nacional Luis Felipe Salomão.

 

Conforme apurado, o celular do advogado Roberto Zampieri, 56, executado a tiros em dezembro de 2023, contém informações comprometedoras contra dois magistrados. Em maio deste ano, o CNJ determinou o encaminhamento de cópia integral do material obtido pela Polícia Civil no celular do advogado, após questionamentos do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) contra as decisões do juiz Wladymir Perri, que atua no caso. 

 

Segundo o MP, os atos de Perri geram "estranheza e perplexidade" por restringir o acesso aos promotores dos objetos apreendidos, decretar sigilo dos autos sem justificativa e fazer o deslacre do material recolhido, determinando exclusividade de acesso irrestrito aos objetos.


Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: João Vieira / Montagem