Volume de água tratada perdida anualmente com vazamentos na distribuição, em Mato Grosso, seria suficiente para abastecer 602.914 pessoas, quase toda a população de Cuiabá por um ano, ou a de Várzea Grande por dois anos. O total representa ainda o volume de água potável de 167 mil piscinas olímpicas desperdiçadas todos os dias no Estado. Com esse volume de perdas, Mato Grosso é o estado que tem o maior desperdício de água potável no Centro-Oeste.

Os dados são do Estudo de Perdas de Água 2024 (SNIS, 2022): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil, feito pelo Instituto Trata Brasil. Eles apontam que, em Mato Grosso, cerca de 33,2% da água foi perdida durante a distribuição em 2022 e não chegou às residências. O Trata Brasil afirma que o patamar está mais de 20 pontos percentuais acima da média registrada nos países desenvolvidos, de 15%.

Cuiabá aparece entre os 100 municípios mais populosos do Brasil em 2022 e entre os piores índices de perdas de distribuição (58,99%), indicando haver um longo caminho a ser percorrido na busca pela redução das perdas de água. Segundo o estudo, na Capital a perda chegou a 873,01 litros por ligação e por dia naquele ano.

O Instituto Trata Brasil aponta que o ideal é que o percentual de água desperdiçada durante o abastecimento gire em torno dos 25% ou menos. De acordo com o levantamento, somente nove, dos 100 municípios mais populosos do país, conseguiram ficar abaixo desse índice em 2022.

Melhora

Várzea Grande tem um índice de perda por distribuição menor que o da Capital, chegando a 41,73%. O dado colocou o município entre os que apresentaram as melhores evoluções na redução de perdas nas distribuições nos últimos cinco anos. Em 2018, o índice de perda era de 59,2%. Em 2021, esse índice aumentou e chegando a 70,71%, mas já no ano seguinte o município conseguiu novamente uma redução. No ranking de evolução nos últimos cinco anos, Várzea Grande ficou com a 5ª melhor redução desse índice de perdas de água tratada. O município ainda ficou entre as 20 cidades do país com as melhores evoluções também nos índices de perdas por ligação, que diminuíram 110,6% em cinco anos.


Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: João Vieira