Após discussão e empurrão de Eduardo Botelho e Lúdio Cabral em sessão da Assembleia Legislativa, o uso de microfone de lapela no plenário foi adotado pelo deputado federal Abilio Brunini (PL) e o presidente do Legislativo estadual, Eduardo Botelho. O modelo de aparelho capta a voz no ambiente de forma mais nítida.
Na época do fato, o uso do microfone por Lúdio foi amplamente criticado por Botelho e outros parlamentares aliados, pois revelou o diálogo que ocorreu no plenário durante a sessão de 3 de julho, quando Botelho xingou e empurrou Lúdio durante a votação do requerimento de urgência do projeto proposto pelo petista para obrigar a licitação do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) e garantir passagem de R$ 1.
Acusado de armar a cena no dia do fato, Lúdio explicou que usa o microfone de lapela no plenário para gravar seus pronunciamentos ao longo de todo o mandato e no início de junho passou a usar um modelo de microfone de lapela com fecho magnético semelhante a um botão, que agora tem sido adotado por outros parlamentares também pré-candidatos à Prefeitura de Cuiabá.
“Vocês estão vendo esse microfone na minha camisa? É um microfone que eu utilizo sempre para gravar todos os meus pronunciamentos na tribuna da Assembleia, em audiência públicas, em entrevistas, para prestar contas à população do meu trabalho como parlamentar. Vocês viram o episódio triste que aconteceu na Assembleia no dia que Botelho mostrou seu desequilíbrio emocional, quando eu apresentei o projeto para obrigar a licitação do BRT e para estabelecer a tarifa a 1 real com recursos da venda dos vagões do VLT. Ele perdeu completamente o equilíbrio, me xingou, me empurrou e o que aconteceu lá no plenário só veio a público graças a esse vídeo e o áudio captado pelo microfone”, disse Lúdio.
Lúdio apresentou em 3 de julho o projeto de lei 1308/24, para obrigar a licitação do BRT em Cuiabá e Várzea Grande e estabelecer o valor de R$ 1 para passagem. No dia seguinte, Lúdio descobriu o contrato assinado em dezembro de 2022 que entregaria a concessão do BRT à empresa do irmão de Eduardo Botelho sem licitação, pois a empresa já opera os ônibus intermunicipais entre Cuiabá e Várzea Grande.
A tarifa atual do transporte intermunicipal já é subsidiada pelo governo de Mato Grosso. Os passageiros pagam R$ 4,95, mas a empresa recebe R$ 7,30 por cada passagem. Dessa forma, para garantir o subsídio e oferecer passagem a R$ 1,00 para a população de Cuiabá e Várzea, a estimativa é que o governo desembolse mais R$ 3,397 milhões por mês, num total de R$ 40,764 milhões por ano e R$ 203,8 milhões em 5 anos.
Lúdio propõe que esse valor venha dos recursos da venda dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ao governo da Bahia, fechada pelo governador por R$ 793 milhões.
Fonte: Gazeta Digital
Crédito da Foto: Montagem GD/Marcelo Amorim