O Instituto Centro de Vida (ICV) capacitou profissionais da Operação Amazônia Nativa (OPAN) em práticas com drones por meio da oficina de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs), que auxiliará no monitoramento e na proteção de terras indígenas.
A formação foi realizada do dia 3 a 5 deste mês pelo projeto Rede Floresta, que é financiado pela Iniciativa Internacional para o Clima e as Florestas da Noruega (NICFI).
A oficina contou com exposição teórica e práticas de aerolevantamento com drones. Aquisição de fotos e vídeos aéreos fez parte das atividades em campo e foi subsidiada com noções básicas sore a regulamentação da prática de pilotagem, elaboração e execução de planos de voo e processamento de imagens aéreas.
Analista de geotecnologia do ICV, Lucas Neris apontou que os módulos da oficina foram pensados para atenderem demandas relacionadas ao monitoramento territorial.
“O conteúdo foi baseado na aquisição de fotos e vídeos e no mapeamento. A aquisição de fotos e vídeos está vinculada à regulamentação de drones e à operação dos aplicativos. Já o mapeamento é baseado na aerofotogrametria digital, que é o processo por trás dos algoritmos que vão processar as imagens”, disse Neris.
Vigilância e produção audiovisual indígena
Indigenista da OPAN, Ricardo da Costa Carvalho disse que a instituição já trabalha com ferramentas de monitoramento remoto. Contudo, antes da oficina, não havia nenhuma formação específica em drones.
A expectativa é que o aprendizado seja utilizado não somente pelos profissionais da OPAN, mas, também, que seja repassado a povos indígenas para vigilância e produção audiovisual em seus territórios.
“Essa qualificação somará nas atividades junto às comunidades indígenas. Vai ajudar com a proteção das terras e produção audiovisual. Fazemos algumas expedições que não envolvem só a questão do monitoramento e vigilância, mas também de produção audiovisual”, disse Carvalho.
Segundo Cristian Felipe Rodrigues, que também trabalha no monitoramento territorial da OPAN, a formação será repassada principalmente para jovens indígenas. A ideia é que o conhecimento seja utilizado para a defesa do território de formas diversas, a exemplo do monitoramento contra o avanço das queimadas.
“Vamos levar esse conhecimento para as aldeias, principalmente para os mais jovens que se interessam por tecnologia. A ideia é levar esse conhecimento para a base, para as aldeias, para que se apropriem disso para a defesa de seus territórios”, apontou Rodrigues.
Capacitação
Com 55 anos de existência, a OPAN é a primeira organização indigenista do Brasil. Atualmente, a instituição atua em três eixos principais: gestão territorial, apoio a organizações indígenas e fomento a cadeias produtivas.
A instituição foi uma das organizações contempladas para capacitação pelo Rede Floresta. Porém, além de instituições da sociedade civil, o projeto financiado pelo NICFI também visa o engajamento de populações indígenas e comunidades locais.
A iniciativa tem como meta reduzir o desmatamento e a degradação florestal em territórios inseridos na Amazônia brasileira.
Fonte: Gazeta Digital