Governo já discute logística para transferir VLT para Bahia

Idealizado para a Copa do Mundo de 2014, o transporte estava com obras paradas há anos e foi substituído pelo Bus Rapid Transport (BRT)

Em meio às negociações para vender os vagões e todo material rodante do abandonado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ao governo da Bahia, o governo Mauro Mendes (União) iniciou tratativas com a empresa CAF Brasil, para discutir a logística de transferência dos trens para Salvador.

Idealizado para a Copa do Mundo de 2014, o transporte estava com obras paradas há anos e foi substituído pelo Bus Rapid Transport (BRT). 

 

A informação é do secretário chefe da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence. “São várias negociações paralelas”, disse lembrando que o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) e o Ministério Público também estariam discutindo a logística para uma operação de transferência do modal para o nordeste.

 

O secretário do governo baiano também alega que ainda não há previsão para conclusão das negociações mediadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso), do TCU, prorrogou até o dia 31 de maio o grupo de trabalho sobre o tema.

 

O impasse nas negociações está no valor da venda. Enquanto Mauro Mendes (União) pede R$ 1,2 bilhão, o governo baiano ofereceu R$ 700 milhões, alegando que o modal tem uma depreciação de 30% pela fabricação superior a 10 anos.

 

A CAF Brasil compõe o Consórcio VLT juntamente com as empresas C. R. Almeida S/A Engenharia de Obras, Santa Barbara Construções S/A, Magna Engenharia e ASTEP Engenharia Ltda. Foram comprados 40 trens e 240 vagões por R$ 600 milhões ainda em 2013. Eles começaram a chegar a capital mato-grossense naquele ano em uma mega operação.

 

Propina

A CAF Brasil foi uma dos alvos da Polícia Federal na Operação Descarrilho em 2017. Segundo a PF, as referidas empresas se envolveram no esquema de pagamento de propina no valor de R$ 18 milhões, equivalente a 3% do cobrado na parte de engenharia da obra, orçada, à época, em R$ 600 milhões.

 

No caso da CAF Brasil, o ex-secretário Pedro Nadaf, afirmou que o então governador na época, Silval Barbosa, tinha a pretensão de investir 8 milhões de euros de propina da empresa espanhola CAF.

 

Silval chegou a confirmar o acordo de propina, porém, disse que isso ocorreu após a licitação, que segundo ele, ocorreu sem nenhuma irregularidade.



Fonte: Gazeta Digital