Em Mato Grosso, 52% dos municípios operam em sistema de lixões e só 48% destinam os resíduos em aterros sanitários. O levantamento foi divulgado pelo Ministério Público do Estado. A maioria dos municípios não deve alcançar a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), de erradicar os lixões até agosto deste ano. Uma alternativa é uma gestão consorciada para a destinação dos resíduos sólidos, onde um conjunto de municípios despejaria o lixo apenas em um aterro sanitário.
É o que acontece atualmente em Cuiabá. O Ecoparque Pantanal, localizado na região do Pedra 90, é administrado pela empresa Orizon Valorização de Resíduos. O contrato prevê investimento de R$ 81 milhões, garantindo uma estrutura preparada para receber e dar a destinação correta aos resíduos descartados por mais de 1 milhão de pessoas. Atualmente, o local recebe rejeitos de Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger (34 km ao Sul), mas pode receber o lixo dos 11 municípios da Baixada Cuiabana se adotada a gestão consorciada.
Segundo a Prefeitura de Cuiabá, só do município, o aterro recebe 16 mil toneladas de lixo ao mês. No ano passado, uma reunião foi realizada entre o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e municípios para buscar soluções para colocar fim aos lixões. De acordo com estimativa, o custo da coleta regular, transbordo e disposição final dos resíduos sólidos até o aterro sanitário de Cuiabá, entre os municípios da Baixada Cuiabana, custaria de R$ 1,2 milhão a R$ 3,7 milhões por ano.
O custo mais baixo seria de Nossa Senhora do Livramento. Nobres e Rosário Oeste teriam um custo anual de R$ 3,7 milhões, Poconé (R$ 3,5 mi), Chapada dos Guimarães (R$ 1,9 mi), Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger (R$ 2,1 mi) e Acorizal e Jangada (R$ 1,3 mi). Uma das situações mais críticas está em Barão de Melgaço, cujo território se localiza integralmente no Pantanal Mato-grossense.
A cidade produz três toneladas de resíduos por dia, que são despejadas em lixão ao céu aberto. O município conta com mais de 300 comunidades, boa parte com acesso apenas fluvial. Na cidade, o chorume (líquido escuro resultante da decomposição da matéria orgânica do lixo) é jogado diretamente em uma lagoa que deságua no Pantanal.
Fonte: Gazeta Digital