Mauro Mendes (União) disse que o Brasil é “refém” de narrativas ambientais internacionais, que, inclusive, têm prejudicado a expansão ferroviária. Ele destacou que nos Estados Unidos, por exemplo, a ferrovia chegou ao oeste do país há quase 200 anos e "nosso país ainda sofre para expandi-la para cá". Afirmou ainda que é “hipocrisia” dizer que ferrovia gera degradação, ainda mais quando comparada à alternativa, que é a rodovia.
“A conquista do oeste americano foi feita com o governo construindo a ferrovia na frente e os vilarejos e cidades foram construídos atrás. Foi o governo fazendo seu papel para facilitar a vida do cidadão. [...] Nós no Brasil ainda estamos fazendo esforço grande para fazer essa ferrovia chegar ao oeste brasileiro”, disse Mauro durante o AgroForum da BTG Pactual realizado na quinta-feira (23).
O chefe do Executivo de Mato Grosso pontuou que o avanço em infraestrutura não beneficia apenas a produção agrícola do estado, mas também traz qualidade de vida à população.
Ele se queixou das “narrativas internacionais”, que, por vezes, são aderidas por brasileiros, sobre questões ambientais citando o caso da Ferrogrão, que está parada desde 2021 após uma ação do PSol no Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, que está entre os municípios de Sinop e Itaúba.
“Para mim, é muito claro que no Brasil somos muito reféns de narrativas construídas lá fora ou aqui dentro, que não estão lastreadas na realidade e depõem muito contra nós. [...] É impossível defender que tenha que transportar com carretas, que têm emissão de gases [...] quando ferrovia é muito mais eficiente para transportar”.
Mauro falou sobre o presidente da França, Emmanuel Macron, que tem insistido neste tema da preservação ambiental, pontuando que as manifestações dele são em defesa dos interesses da França e não do Brasil.
“Eles vêm aqui... o senhor Macron faz uma reunião com importante liderança indígena, o cacique Raoni, e muito estranhamente o Raoni sai da reunião falando mal da Ferrogrão. [...] Muitos no Brasil que compram essas narrativas. [...] Que o Macron queira jogar contra o Brasil, ok, ele joga pelos franceses, agora brasileiros entrarem nisso é um problema nosso. [...] Nós estamos há décadas falando dessa Ferrogrão e é perigoso ficar mais alguns anos, mais algumas décadas”, disse Mauro, que também afirmou que a ferrovia não irá prejudicar os indígenas.
Mauro também disse que o sistema de proteção ambiental no Brasil é “extremamente burocrático”, mas reconheceu que é importante que nosso país cumpra seu papel. Ele voltou a defender penas mais duras para desmatadores.
“Hoje quem pratica esse crime no Mato Grosso são menos de 2% dos produtores. Não podemos permitir que menos de 2% pratique um crime e prejudique 98% [...] aí quando fala em tomar uma medida mais dura com esses menos de 2%, se assustam [...] nós temos que fazer o que é correto e desburocratizar, simplificar essa questão das permissões”.
Fonte: Gazeta Digital