A Arquidiocese de Cuiabá celebra nesta sexta-feira (5) um marco significativo em sua história religiosa. São 114 anos desde a elevação de diocese para arquidiocese, o evento representa não apenas uma data de grande importância para a comunidade católica local, mas também um momento de reflexão sobre o papel desempenhado pela igreja na região de Cuiabá e na baixada cuiabana, com os desafios enfrentados ao longo dos anos.
A trajetória da Arquidiocese de Cuiabá remonta ao início do século XX, quando em 5 de abril de 1910, o Papa Pio X anunciou a elevação da então Diocese de Cuiabá ao status de Arquidiocese Metropolitana. Esse ato não apenas reconheceu a importância da região dentro do contexto eclesiástico brasileiro, mas também ampliou suas responsabilidades pastorais e administrativas.
“A primeira localidade organizada foi a de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, uma paróquia que pertencia à Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro”, afirma padre Felisberto, historiador da Arquidiocese de Cuiabá.
Ao longo dos anos, a Arquidiocese de Cuiabá desempenhou um papel fundamental na vida espiritual e social da comunidade local. Sob a liderança de seus arcebispos e bispos, a igreja tem buscado promover a fé, a justiça social e o bem-estar dos fiéis, além de se engajar em diversas atividades de caridade e apoio aos mais necessitados.
“É uma alegria poder fazer parte deste momento histórico de nossa Igreja em Cuiabá”, destaca Dom Mário Antonio, sétimo bispo Arquidiocesano de Cuiabá.
A jornada da Arquidiocese de Cuiabá não está isenta de desafios. A arquidiocese enfrentou períodos de adversidade, incluindo questões relacionadas à evangelização em áreas remotas, conflitos sociais e políticos, bem como desafios contemporâneos, como a secularização e as mudanças culturais.
Apesar das dificuldades, a Arquidiocese de Cuiabá manteve-se firme em sua missão de servir à comunidade, adaptando-se às mudanças e buscando novas formas de alcançar os fiéis. Por meio de suas paróquias, comunidades, programas pastorais e de serviços, a igreja tem buscado ser um farol de esperança e amor em meio às adversidades da vida moderna.
À medida que celebra 114 anos desde sua elevação à arquidiocese, a comunidade católica de Cuiabá tem motivos para comemorar não apenas o passado, mas também olhar para o futuro com esperança e determinação. A história da Arquidiocese de Cuiabá é uma história de fé, serviço e compromisso com o bem comum, e sua jornada continua, enraizada nos valores do Evangelho e na missão de tornar o mundo um lugar melhor para todos.
Diocese x Arquidiocese
O imperador romano Diocleciano (284 a 305 D.C) definiu que o império seria dividido em províncias administrativas, que ele chamou de Dioceses. Em cada uma delas ele colocou um vigário, que governaria a província em nome do imperador.
Quando o império romano caiu, a Igreja assumiu também esta divisão. E o que era chamado de Diocese, foi atribuído a um bispo. Com o Concílio Vaticano II, este conceito de Diocese evoluiu para o conceito de "porção do povo de Deus para o pastoreio de um Bispo".
Com o crescimento da Igreja e também o crescimento territorial, as dioceses foram se dividindo e formando novas dioceses. Com elas, aquelas com maior antiguidade e preeminência, foram chamadas de Arquidioceses (arqui em grego, significa primeiro).
Os bispos de uma arquidiocese são chamados de arcebispos. A Arquidiocese funciona como uma diocese, entretanto, ela agrupa em torno de si outras dioceses menores ou mais novas, chamadas de sufragâneas. Elas não dependem da Arquidiocese, mas se harmonizam, agrupadas, em uma Província Eclesiástica. Uma organização hierárquica.
Fonte: Gazeta Digital