Centenas de cubanos foram às ruas de Santiago, uma cidade a 800 quilômetros da capital, Havana, no domingo, 17, para protestar contra os apagões de luz e a falta de comida. O governo de Cuba culpou os EUA pela situação econômica na ilha e convocou um representante da embaixada americana para consultas na segunda dia 18.
A mídia estatal confirmou os protestos e, nas redes sociais, houve relatos de atos parecidos em várias outras províncias. Vídeos mostrando pessoas gritando "eletricidade e comida" foram rapidamente compartilhados em plataformas como X e Facebook. "Várias pessoas expressaram seu desacordo com a situação do serviço elétrico e da distribuição de alimentos", afirmou o presidente Miguel Díaz-Canel, alertando em seguida que "os inimigos da Revolução" tentam aproveitar o contexto, "com fins desestabilizadores".
Em sua mensagem, Díaz-Canel responsabilizou dissidentes cubanos radicados nos EUA pelas manifestações.
Cuba enfrenta uma das piores crises econômicas e de energia da sua história. As ondas de apagões pioraram nas últimas semanas, aumentando a frustração de moradores com a escassez de alimentos e com a inflação. O país enfrentou vários dias de apagões de até 13 horas.
Os cortes de energia têm aumentado devido às obras de manutenção na central termoelétrica Antonio Güiteras, a mais importante da ilha. No fim de semana, o problema foi agravado pela escassez de combustível, necessário para abastecer as outras termoelétricas.
O encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Havana, Benjamín Ziff, foi convocado à chancelaria por "comportamento de interferência".
O governo americano afirmou que os protestos "refletem uma "situação desesperadora" e considerou "absurda" a acusação de interferência, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel.