Botelho apela para que desapropriação não vire 'campo de guerra' em Cuiabá

Após a decisão que autorizou a desapropriação do Brasil 21, os moradores da região foram até o plenário da Assembleia Legislativa, pedindo por seus direitos

Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União), pediu que as pessoas moradores despejados da comunidade Brasil 21 não transformem o local em um "campo de guerra". A declaração foi dada após a operação de desapropriação e protestos de ocupantes no Parlamento Estadual e no Palácio Paiaguás, sede do governo do Estado. 

 

"Não vamos fazer disso um campo de guerra, vamos fazer um campo de soluções. Todos nós trabalharmos juntos para encontrar uma solução. Não vamos acusar ninguém porque isso vai virar uma guerra política”, apelou. 

 

Após a decisão que autorizou a desapropriação do Brasil 21, os moradores da região foram até o plenário da Assembleia Legislativa, pedindo por seus direitos.


Em seu discurso, na sessão ordinária da manhã do dia 13 de março, o deputado Valdir Barranco (PT) afirmou que a desapropriação e a demolição das casas vai contra a liminar emitida pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármem Lúcia.

Em meio a gritos da plateia, o presidente da casa Eduardo Botelho apaziguou a situação e pediu cautela aos parlamentares e aos moradores. 


Barranco e os deputado Wilson Santos (PSD) assumiram as negociações com os moradores e atenderam os ocupantes da região que se dirigiram até o Palácio Paiaguás, na última quarta-feira (13). Eles foram recebidos por portões fechados, no mesmo dia que as casas começaram a ser demolidas no Contorno Leste.


Foram realizadas algumas tratativas pelos próprios moradores para que a demolição parasse. Ainda na quarta-feira (13), a empresa proprietária do terreno ocupado no Contorno Leste, Ávida Construtora e Incorporadora S/A, protocolou uma nova reclamação pedindo que o STF mantivesse a decisão que determinou a desapropriação da área.


A manifestação ocorreu diante do recurso movido pela Associação de Moradores Brasil 21, que pediu a suspensão da operação de despejo. Representantes da comunidade alegaram que a ordem de desocupação foi cumprida sem respeitar os “direitos humanos”, deixando diversas famílias em situação de vulnerabilidade.


No entanto, a construtora citou que grande parte dos lotes foram distribuídos de forma “profissional e com a utilização de máquinas sofisticadas”. Apontou também que alguns imóveis são de “alto padrão, construídas com projetos arquitetônicos e com piscina”.


Nesta sexta-feira (15), atendendo aos pedidos da empresa, a ministra negou o pedido de suspensão da operação de reintegração de posse do Brasil 21.



Fonte: Gazeta Digital