Várzea-grandenses seguem sem resposta e organizam ação para avaliar impacto de odor causado por graxaria

Na quinta-feira (29) e sexta-feira (1º), dez voluntários percorrerão alguns bairros para fazer um levantamento sobre os impactos do odor oriundo da graxaria da Marfrig, em Várzea Grande

Inconformados com a falta de solução para um problema que afeta moradores do bairro Alameda e adjacências, representantes do movimento “Diga Não à Graxaria” farão uma nova ação de cobrança às autoridades públicas. Na quinta-feira (29) e sexta-feira (1º), dez voluntários percorrerão alguns bairros para fazer um levantamento sobre os impactos do odor oriundo da graxaria da Marfrig, em Várzea Grande.

 

Das 9h às 12h, o grupo entrevistará residentes do próprio Alameda, Aurilia Curvo, Noise Curvo, Altos da Bela Vista, Vista Alegre, Cristo Rei, Cohab Jaime Campos, Cohab Dom Orlando Chaves, Cohab Dom Bosco, entre outros. A expectativa é de que cerca de mil pessoas respondam o questionário, que será entregue ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) e servirá de base para solicitação de uma audiência pública na Assembleia Legislativa (ALMT).

 

“Não tivemos nenhuma resposta das audiências públicas que foram realizadas. Então, vamos reunir os voluntários e fazer nós mesmos esse estudo com os moradores. Hoje a Marfrig fala que não fede e, por outro lado, os moradores continuam sofrendo com o odor. Por isso, vamos fazer essa pesquisa de impacto, coletar as assinaturas e documentar tudo, para que possamos cobrar uma resposta que ainda não temos”, comenta a líder do movimento, Cristina Souza.

 

Cristina explica que, até o momento, foram realizadas duas audiências públicas, sendo uma na Câmara de Várzea Grande e outra na de Cuiabá. Na última, houve um encaminhamento para que pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) fizessem o levantamento sobre os impactos do mau cheiro exalado da fábrica da Marfrig. Mas, segundo ela, a empresa se negou a validar a audiência e o procedimento não teve andamento.

 

“Era um acordo para que técnicos da UFMT e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) fizessem um estudo juntos. No entanto, a Marfrig não autorizou isso na audiência pública e não chegamos em um consenso. Eles querem fazer um estudo próprio e nós queremos algo independente. Eles não aceitaram que esse procedimento acontecesse em conjunto com um conglomerado de instituições”, completou.

 

Paralelo a isso, o movimento “Diga Não à Graxaria” também articula outras medidas para que consiga uma solução efetiva ao problema que aflige milhares de famílias. Entre as possibilidades em curso está o agendamento de uma reunião com o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (Emanuelzinho), ainda sem data marcada. A ideia é que, caso necessário, a situação seja levada para debate em Brasília.

 

"Já fizemos duas audiências públicas e seguimos sem uma resposta. O mau cheiro continua, as pessoas continuam reclamando e ainda não tem uma ação das autoridades quanto a isso. Vamos cobrar também um posicionamento do prefeito Kalil Baracat. Estamos tentando agendar uma reunião e levar esse tema a ele. Até este momento, ele não deu nenhum posicionamento sobre essa reclamação”, finaliza Cristina.



Fonte: Gazeta Digital