Médico diz que pais devem incentivar exercícios físicos para evitar doenças em crianças

Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) uma em cada 3 crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil

Sedentarismo é um assunto quase sempre discutido olhando para corpos e a saúde de adultos, mas onde ficam as crianças e os jovens nesse cenário? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025 o mundo poderá sofrer com uma epidemia global de obesidade infantil, afetando cerca de 75 milhões de crianças. Para falar sobre o assunto, entrevistamos João Lombardi, médico do exercício e do esporte. 

 

Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) uma em cada 3 crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil, mas como esse sedentarismo tem se manifestado nos pequenos? Segundo João Lombardi, eles têm sofrido cada vez mais com doenças precoces. 

 

“O sedentarismo infantil tem se manifestado atualmente com aumento na incidência de doenças cada vez mais precoces na população como hipertensão, diabetes e demais doenças relacionadas ao estilo de vida, além do aumento de obesidade na população infantil e de adolescentes”, disse. 

DIVULGAÇÃO

João Lombardi

 

 

Durante às férias escolares as crianças passam mais tempo em casa, com isso, muitas delas veem no celular um momento de lazer, no entanto, Lombardi alerta que as telas “roubam” a atenção dos pequenos para atividades essenciais. 

 

“As telas e demais tecnologias acabam roubando a atenção das crianças para outras atividades que são extremamente necessárias para o crescimento e desenvolvimento, sendo uma delas, o exercício físico. É nesta fase que se desenvolve habilidades cognitivas e físicas para o resto da vida e a partir do momento que se perde essa janela de oportunidade neste período, acaba sendo prejudicial na vida adulta”, explicou.

 

Além de todos os problemas físicos que o sedentarismo pode acarretar na vida das crianças, ele também mexe com a autoestima e “estimula” o desenvolvimento de quadros de depressão e ansiedade que podem perdurar a vida toda.

 

“As implicações físicas e mentais do sedentarismo nas crianças pode se apresentar desde uma baixa autoestima durante a vida até como problemas de saúde e depressão na fase adulta, sem conseguir atingir o potencial biológico por não ter tido uma vida ativa na infância e adolescência”, contou.

 

Questionado sobre quais medidas os pais e familiares devem tomar para evitar o sedentarismo entre crianças e jovens, Lombardi explicou que uma das melhores opções é fazer com que os pequenos enxerguem o exercício físico como algo prazeroso.

 

“A prevenção do sedentarismo infantil vem inicialmente de pequenos estímulos iniciais para que a criança entenda o exercício físico como algo prazeroso é benéfico, então atividades como gincana, brincadeiras, são formas de uma iniciação esportiva. Terapia ocupacional também é uma ferramenta muito valiosa. Modalidades de equipe, por exemplo, é uma forma de fazer com que a criança queira praticar o esporte para estar com os amigos. Modalidades de luta são formas de fazer com que a criança gaste energia e extravase emoções. São vários exemplos. Por fim, exemplo dentro de casa, em que a família seja praticante de exercício físico e esporte, faz com que a criança entenda aquilo como benéfico e a criança queira ser também exemplo e fazer parte”, finalizou.

 

Segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) de 2019, 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos apresentam sobrepeso, 9,38% estão classificadas como obesas e 5,22% enfrentam quadros de obesidade grave.



Fonte: Gazeta Digital