Conselheiro acusa negligência do Estado com deslizamentos

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT) já encaminhou um pedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitando a administração naquela região

Presidente do Tribunal de Contas (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, disse que a culpa dos deslizamentos de terras na MT-251, estrada que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (65 km ao sul), é totalmente do governo do Estado por não ter nenhum projeto naquela região, que é utilizada há décadas. Para ele, as telas que estão sendo colocadas "não evitam absolutamente" nada.

 

"Aquela situação já é emergencial há décadas. É uma obra feita em 1978. Essa obra que estão fazendo não vai resolver. Na minha opinião, está abrindo mais o buraco do Portão do Inferno. Estado falhou por não fazer um projeto, qual é a obra que resiste desde 1978? Não existe projeto nenhum. Nenhum do Governo", disse em entrevista ao programa Tribuna de segunda-feira (15).

 

O presidente do TCE disse que o Executivo estadual coloca a culpa no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) por não estar com "poder" para administrar obras na região "mas o instituto não proíbe nada, desde que tenha um projeto", afirmou. Porém, não existem projetos do governo para o trecho do Portão do Inferno, na MT-251", alegou.

 

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT) já encaminhou um pedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitando a administração naquela região.

 
Segundo Sérgio Ricardo falta transparência sobre a real situação do trecho. Por isso decidiu reunir todas as autoridades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães "para dar solução ao problema".

 

O TCE reuniu com o governador Mauro Mendes (União), políticos, prefeito de Chapada Osmar Froner, empresários da cidade, etc., na última sexta-feira (12), para mostrar a real situação do local. Deslizamentos de terras chamam atenção desde dezembro de 2023, quando até mesmo o asfalto começou a rachar.

 

Os desmoronamentos não ocorrem apenas na parte superior, mas também embaixo do asfalto. Acontece que, segundo o presidente, o que parece uma formação rochosa, na verdade, é material de arenito. Portanto, quando chove, a terra suga a água e causa a desintegração do material.

 

"Na minha modesta opinião, realmente aquela obra não vai resolver, aquela tela é fixada na parede de uma barra de 3 metros, mas não tem pedra, aquilo é uma areia. Logo então essas barras não estão sendo fixados, porque estão enfiando uma barra de ferro em um material de arenito. A solução imediata para a situação, se possível fazer amanhã, é fazer um desvio, cortar aquele monte de areia, tirar o monte que está colocado no pontilhão, fazer outro pontilhão ao lado fora do buraco, porque o pontilhão está feito em cima do buraco do Portão do Inferno. Esse buraco aumentou e está totalmente com erosão por baixo e você vê até rachadura no asfalto", explicou.


Fonte: Gazeta Digital