O geólogo Darlan dos Santos, da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) afirmou que a situação no Portão do Inferno é de alto risco por conta da formação das rochas e chuvas constantes na região. Para ele, a chance de desmoronamento é imprevisível "poder ser amanhã ou daqui a 30 anos". O profissional acompanhou vistoria realizada pelo conselheiro Sérgio Ricardo, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e autoridades na manhã desta sexta-feira (12).
Para o geólogo são necessários novos estudos, que dependem dos órgãos fiscalizadores, para ter uma noção melhor do estado da pista no trecho que passa pelo ponto turístico.
“Nós precisávamos fazer mais alguns estudos para termos uma indicação melhor da pista. Mas visualmente, ela está em risco. Com todos os dados que a gente teve acesso, e coletando as informações de outros estados que fizeram o mesmo tipo de trabalho, nós estamos em uma situação de risco”, afirmou sobre o estado do paradão.
Conforme o pesquisador, o estudo é necessário para que os órgãos tenham uma noção da resistência do material que forma os paredões. “Como o paredão é formado pelo contato de duas formações geológicas e é preciso saber se a enxurrada está levando o material, se está tendo erosão laminar, quando é passado pela água, e fazer esse estudo para ter uma melhor indicação de prevenção”, explica.
Questionado sobre o risco de desmoronamentos, Darlan dos Santos afirmou que a situação depende da frequência de chuvas.
“O tempo geológico é imprevisível, pode cair hoje, pode cair amanhã, pode cair daqui a 30 anos, depende da situação de chuva. Como aqui é arenito fraturado, tem muito preenchimento de água e isso faz com que as placas rochosas se descolem e cause desmoronamento”, explicou.
Novos estudos e monitoramentos serão realizados para prevenir deslizamento e a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) está implementando telas de contenção no trecho, que fica bloqueado durante a manhã.
Participaram da vistoria presidente do TCE-MT, Sérgio Ricardo, acompanhado de técnicos do Tribunal, a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Companhia mato-grossense de Mineração (Metamat), Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA), Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Trânsito
O trecho na MT-251 está liberado em meia pista, no esquema pare e siga, para veículos leves. No entanto, a pista poderá ser interditada a qualquer momento em caso de chuvas na região.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) ressalta que das 8h às 14h, de segunda-feira a sábado, a pista fica interditada para serviços de implantação de tela de contenção na região do Portão do Inferno, como medida emergencial para conter os deslizamentos de terra na região.
Fonte: Gazeta Digital