Pauta importante que virou até tema de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023, o trabalho realizado por mulheres em casa é desvalorizado. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 2,5 milhões de mulheres não trabalharam em 2022 para cuidar de parentes ou de tarefas domésticas.

Conforme o IBGE, ao comparar os números, em 2022, apenas 80 mil homens saíram de seus empregos para dedicar aos filhos e não voltaram ao mercado de trabalho, o que não representa nem 4% do total de mulheres na mesma situação.

Laryssa Barbosa, 29, tem uma história parecida nesse sentido, assim como tantas outras mulheres, ela deixou de trabalhar para se dedicar à maternidade quando engravidou. 
 

“Antes eu trabalhava com vendas e nessa época engravidei da minha primeira filha e aí eu conversei com o meu esposo e nós decidimos que quando viesse o bebê eu pararia de trabalhar para poder me dedicar a maternidade”, contou.

A entrevistada disse que não se arrepende da decisão, pois, sempre quis educar os filhos de acordo com seus valores.

“Eu não queria terceirizar a educação dos meus filhos para outras pessoas, porque se eu educo meus filhos, eu passo meus valores, meus princípios e se outras pessoas fazem isso automaticamente, mesmo que elas não queiram, isso acaba passando para eles também”, disse.

Em sua primeira gravidez, para se dedicar à filha, mas, ao mesmo tempo, ter uma renda, Laryssa chegou a vender bolos e pizzas.

553 mil mulheres que procuraram emprego relatam outros entraves para entrar no mercado de trabalho. Laryssa, por sua vez, viu no empreendedorismo realizado em sua casa uma forma de ter renda novamente e estar mais presente na criação dos filhos, no entanto, ela contou que em períodos de férias escolares sabe que precisa “desacelerar” para cuidar das crianças.

“Entre ser mãe e empreendedora, escolhi ser os dois”, finalizou.