Cuiabano de alma e coração, o engenheiro Matheus Marchessi Neves, 28, resolveu deixar uma vida de 18 anos na capital mato-grossense para viver em uma cidade da província canadense de Ontário. Em Hamilton, ele chegou com objetivo de estudar inglês e conseguir uma perspectiva de um futuro profissional melhor. Marchessi é o entrevistado da série Cuiabanos pelo Mundo.
"Vim para cá em 2019 estudar inglês, depois fiz a minha matrícula na faculdade de engenharia. Eu já era engenheiro, mas decidi estender os meus estudos. Vim procurar uma oportunidade de educação melhor, de qualidade. Não pretendo voltar para morar, somente de férias, mesmo Cuiabá sendo sempre muito acolhedora", disse.
O engenheiro contou que chegou com a família na Capital aos 7 anos e aos 23 anos decidiu arrumar as malas e ir para o Canadá. Lá, ele ficou um ano estudando inglês e retornou para Cuiabá, onde morou mais dois anos. Novamente, ele retornou Hamilton e está vivendo há 5 anos.
Em relação ao financeiro, ele explicou que os salários são incomparáveis ao do Brasil. Recém formado quando chegou no país norte-americano, Matheus disse que é delicado, pois quando decidiu ir embora, ele já trabalhava em Cuiabá como engenheiro civil. Já naquele país, os salários são pagos em dólar, o que tem mais valor. Segundo ele, no país o trabalho é recebido por horas e não por mês. Portanto, depende do desempenho da pessoa e os salários são pagos a cada 15 dias.
"O poder de compra de quem mora aqui é um pouco maior, eu vou dizer. Na questão de você ser bem melhor remunerado e essa remuneração é por hora, não por mês, da qual a gente está acostumado. Então é um pouco diferente o jeito que se processa o trabalho aqui. Aqui a comunidade brasileira é grande até", comentou.
Por fim, ele comentou sobre a sua vida social. Contou que não é fácil, pois foi sozinho e chegou na cidade sem conhecer ninguém. Ele conhecia apenas o dono da escola de inglês por e-mail e agenciou para ele ficar em uma casa de família. Foi quando ele criou amizade com a dona da casa e aos poucos foi fazendo amizades.
"Aqui a vida é muito tranquila, a gente preza pela segurança pública. O esporte público é relativamente de qualidade. Me vejo muito mais morando nesse lugar que posso ir e vir de a pé, de bicicleta, de ônibus. Cuiabá, Mato Grosso deixa muitas saudades. Tinha raízes aí em Cuiabá. A comida mato-grossense e brasileira, sinceramente, é a que mais deixa saudades. Comida boa igual a nossa não tem", finalizou.