Cuiabá apresenta leve recuo no nível de endividamento em novembro após 5 meses de alta

Conforme análise do instituto, foi observado um aumento de 21,3% no número de famílias com alguma dívida na capital, passando de 151,4 mil em novembro do ano passado para os atuais 183,6 mil

O penúltimo mês do ano trouxe recuo de 0,1% no nível de endividamento entre os cuiabanos no comparativo com o mês anterior, totalizando 89,5% das famílias na capital. Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), também trazem mais uma retração – a quarta consecutiva – no percentual de famílias com contas em atraso, diminuindo de 22,3% para 21,8%.

 

Conforme análise do instituto, foi observado um aumento de 21,3% no número de famílias com alguma dívida na capital, passando de 151,4 mil em novembro do ano passado para os atuais 183,6 mil. Também foi possível verificar uma variação anual de -24,1% no número de famílias com contas em atraso.

 

O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, destaca uma perspectiva otimista na variação anual da pesquisa. “O aumento no endividamento e queda na inadimplência é considerado positivo, pois mostra um número maior de famílias com alguma conta a prazo, ao passo que há uma diminuição das que estavam com as dívidas atrasadas, ou seja, o consumo a prazo se mostrou em crescimento ao mesmo tempo em que as pessoas puderam arcar com suas dívidas em maior grau”.

 

Em relação a renda mensal, 13,6% das famílias possuem comprometimento até 10% da renda, 76,2% das famílias afirmaram ter dívidas que variam entre 11% e 50% da renda. Entre os inadimplentes, 48,7% acreditam que irão pagar parcialmente as contas em atraso e 25,8% disseram que conseguirão pagar totalmente.

 

Wenceslau Júnior explica que “a chegada do período de festividades, menos famílias estarem no campo dos inadimplentes é muito positivo para que estas possam estar entre os consumidores, além disso, estas podem estar mais organizadas financeiramente para os próximos meses”.

 

O cartão de crédito continua como o principal tipo de dívida, para 81,9% dos entrevistados, em seguida vem os carnês, com 22,5% – que cresceram quase 1 p.p. em relação ao mês anterior –, e crédito consignado, com 4,5%. Os demais tipos variam entre 0,5% e 4,3%, este último está ligado ao financiamento de casa.

 

Média nacional

 

No cenário nacional, o percentual de famílias brasileiras endividadas totaliza 76,6%, recuo de 0,3 p.p. ante ao mês de novembro. Dentre elas, os que possuem contas em atraso também recuou, para 29% – o menor patamar desde junho de 2022.

 

O cartão de crédito é o principal tipo de dívida, com participação de 87,7%, com o crédito consignado e o financiamento imobiliário também registrando avanços mensais (5,4% e 8%, respectivamente).