Cuiabá levou 3 anos para repetir temperatura de 44ºC, diz professor

Segundo o professor, entre os anos de 1911 e 2009, Cuiabá nunca tinha atingido temperatura acima de 41,5ºC e em 2010 foi o primeiro registro acima de 42º C, com a marca de 42,3ºC de máxima de temperatura naquele ano

Cuiabá levou 108 anos para ter o primeiro registro de 44ºC e depois 3 anos para essa temperatura se repetir. Informação foi dada pelo professor de Climatologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, que participou de audiência pública na Câmara Municipal de Cuiabá, na sexta-feira (1º), para discutir onda de calor e os perigos associados à saúde humana. 


Segundo o professor, entre os anos de 1911 e 2009, Cuiabá nunca tinha atingido temperatura acima de 41,5ºC e em 2010 foi o primeiro registro acima de 42º C, com a marca de 42,3ºC de máxima de temperatura naquele ano.


“Foram quase 100 anos para subir em um grau a máxima e depois de 10 anos subimos 2 graus, batendo 44ºC em 2020 e 44,2ºC agora em 2023. Ou seja, 108 anos para ter o primeiro registro de 44ºC e depois 3 anos para essa temperatura se repetir”, destacou o professor apontando entre as medidas necessárias a proibição da diminuição das medidas dos lotes urbanos, garantindo espaço para quintal.


Em meio a esse cenário desafiador, a Capital busca estratégias para enfrentar os impactos, como aumento dos casos de mortes relacionadas. A Defesa Civil alertou que as temperaturas em Cuiabá têm excedido pelo menos 5ºC acima da média, enquanto o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas vermelhos, indicando um "grande perigo", com riscos à saúde da população.

A audiência contou ainda com a participação da arquiteta e professora da UFMT, Simone Buitner, representando o Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (LATECA). Ela apresentou resultados científicos de uma pesquisa de doutorado, destacando a importância de ações estratégicas para mitigar o aquecimento urbano e as ondas de calor.


O biólogo Tony Schuring Siqueira, diretor de projetos públicos e parcelamento do solo da SMADESS de Cuiabá, ressaltou a gravidade do tema, historicamente desafiador para a cidade. Ele enfatizou a influência do El Niño, a topografia de baixada e o crescimento urbano desordenado como fatores agravantes.


Audiência foi requerida e presidida pelo vereador Luis Cláudio (PP), para tratar sobre o assunto.