Centenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista neste domingo (26) em um protesto em resposta à morte de Cleriston Pereira da Cunha, réu no processo relacionado aos eventos de 8 de janeiro, que faleceu na penitenciária da Papuda após um mal súbito. Convocado pelo pastor Silas Malafaia e pelo senador Magno Malta (PLES), o ato interrompeu totalmente o trânsito na região.
Os discursos majoritariamente direcionados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do caso, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram marcados por chamadas ao ex-presidente de "ladrão". Passantes também podiam ouvir o coro de "fora, Xandão". O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) solicitou que quem desejasse a saída do magistrado "de sua cadeira" expressasse isso com um grito.
Embora o ex-presidente Jair Bolsonaro não tenha comparecido, foi lembrado por meio de palavras de ordem, como as que pediam seu retorno ao poder, registradas por diversos apoiadores nas redes sociais, incluindo o ex-secretário de Comunicação e advogado do ex-presidente Fábio Wajngarten.
Bolsonaro, impedido de concorrer a cargos eletivos pelos próximos oito anos devido a condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi alvo de críticas durante o protesto. As condenações ocorreram por alegações sem provas contra o sistema de votação eletrônico em uma reunião com embaixadores e pelo uso eleitoral de atos cívicos do sete de setembro em 2022.
Cleriston Pereira da Cunha faleceu após um mal súbito na penitenciária da Papuda, mas antes, em fevereiro, havia solicitado a possibilidade de responder ao processo em liberdade devido a problemas de saúde. O réu, que enfrentava sequelas da covid-19, teve a prisão mantida, sendo que seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, alertou sobre os riscos, afirmando que a manutenção da prisão poderia resultar em uma "sentença de morte". O pedido de habeas corpus ao STF foi negado pelo relator, ministro André Mendonça, com base em questões processuais e técnicas, sem abordar as informações sobre a saúde do preso. O advogado mencionou um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à covid-19, destacando as complicações fatais possíveis devido à segregação prisional.