A votação está agendada para 3 de dezembro, onde os venezuelanos serão questionados sobre o apoio à criação desse novo estado. Recentemente, uma simulação do referendo foi realizada, sendo descrita pelo governo venezuelano como um "sucesso", embora sem fornecer detalhes sobre a participação.
A área que a Venezuela busca anexar é de 160.000 quilômetros quadrados, correspondendo a 75% do território atual da Guiana, incluindo uma região rica em ouro, diamantes e petróleo. Essa disputa territorial intensificou-se desde 2015, ganhando destaque com a crise na Venezuela e a descoberta de petróleo na Guiana.
As origens do conflito remontam a 1811, quando a Venezuela declarou independência da Espanha e avançou em direção ao rio Essequibo. No entanto, o Reino Unido assumiu o controle da região em 1814, em um acordo com a Holanda. As fronteiras permaneceram indefinidas, e a Venezuela disputou o território nas décadas seguintes.
Em 1899, um tribunal internacional decidiu que o território pertencia à Guiana Inglesa. No entanto, em 1966, um acordo em Genebra abriu caminho para uma solução negociada, que nunca foi alcançada. Agora, a Venezuela defende que a decisão de 1899 seja mantida, enquanto a Guiana busca manter o acordo de 1966.
Diante do impasse, a Guiana solicitou à Corte Internacional de Justiça uma medida urgente contra o referendo. Ministros da Defesa e Relações Exteriores de países sul-americanos, incluindo representantes de Guiana e Venezuela, se reuniram em Brasília para discutir a situação, apelando para a resolução diplomática do conflito.
Apesar do apoio popular à união na disputa pelo Essequibo, há divergências na Venezuela, com a líder da oposição, María Corina Machado, pedindo a suspensão do referendo, acusando Maduro de criar uma "distração" antes das eleições gerais de 2024. A incerteza aumenta com a recente suspensão dos efeitos das primárias pela Suprema Corte, vista como quebra de acordo e ampliando as incertezas em relação às eleições futuras.