Investimento da Petrobras deve criar 1,4 milhão de empregos em 5 anos

Essa projeção foi apresentada pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, em uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (24)

O plano estratégico de investimentos da Petrobras para o quinquênio 2024-2028 visa a criação de 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos, com uma média de 280 mil por ano, concentrando-se principalmente nas áreas de exploração e produção de petróleo.

Essa projeção foi apresentada pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, em uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (24). O plano, aprovado pelo conselho de administração da companhia na quinta-feira (23), representa um crescimento de 31% em relação ao período anterior, inicialmente válido para 2023-2027.

Prates destacou a mudança de perspectiva da empresa, que agora está focada no futuro, diversificando suas atividades e investindo em setores sustentáveis. Além das operações tradicionais de petróleo e gás, o plano inclui iniciativas como coprocessamento em refinarias, geração de energia renovável em larga escala para a produção de hidrogênio verde, metanol verde e amônia verde, produtos mais alinhados com práticas ambientais sustentáveis.

O investimento total no plano é de cerca de US$ 102 bilhões (equivalente a R$ 500 milhões). Uma das mudanças estratégicas notáveis é a decisão de não vender mais refinarias, mas sim investir nelas para transformá-las em parques industriais. A Petrobras também retomará a produção de fertilizantes, reiniciando as operações da Araucária Nitrogenados (Ansa) no Paraná e concluindo as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III) em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.

Além disso, a empresa está buscando parcerias para manter em operação as fábricas de fertilizantes em Sergipe e Bahia, atualmente arrendadas para a Unigel. O objetivo é manter essas plantas produzindo sob encomenda para a própria estatal por até um ano, antes de buscar outras formas de funcionamento, como uma joint venture ou incorporação.

O presidente da Petrobras ressaltou que, embora alguns projetos isolados, como poços do pré-sal e fábricas de fertilizantes, possam ter rentabilidades diferentes, investir em fertilizantes é considerado estratégico, não apenas para atender à demanda doméstica, mas também comercialmente, alinhado com a transição energética.

Dentro do plano estratégico, estão previstos US$ 7,5 bilhões para exploração de novos poços de petróleo, com US$ 3,1 bilhões destinados à Margem Equatorial, uma área marítima que se estende desde o Amapá até o Rio Grande do Norte. A Petrobras aguarda a autorização do Ibama para realizar atividades nessa nova fronteira petrolífera.

Quanto à situação na Argentina, onde o presidente eleito, Javier Milei, anunciou a intenção de vender a petroleira estatal YPF, Prates mencionou que o cenário ainda está indefinido e que a Petrobras não tem análises em curso para aquisição ou investimento na YPF neste momento.