Falta de Conhecimento e Desconfiança da População em Relação ao Projeto BRT

Muitos residentes afirmam que desconhecem os detalhes do projeto e criticam a forma como a implantação está sendo conduzida

A implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá continua cercada de incertezas para os moradores da cidade, que expressam desconhecimento sobre os detalhes do projeto e, em alguns casos, desconfiança de que ele se tornará realidade. Muitos usuários do transporte coletivo na região não acreditam que o BRT sairá do papel, temendo que seja apenas mais um caso de má utilização de dinheiro público, semelhante ao que aconteceu com o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Segundo informações contidas no "Estudo de Impacto de Vizinhança e Relatório de Impacto de Vizinhança," elaborado pela Houer Concessões e publicado em junho deste ano no site da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra), o BRT está planejado para operar ao longo de várias avenidas da cidade, incluindo a Fernando Corrêa da Costa, Coronel Escolástico, Historiador Rubens de Mendonça (CPA), Tenente Coronel Duarte (Prainha), XV de Novembro, Getúlio Vargas, Isaac Póvoas/Generoso Ponce de Arruda.

No entanto, mesmo com essas informações disponíveis, muitos residentes afirmam que desconhecem os detalhes do projeto e criticam a forma como a implantação está sendo conduzida.

Crislaine Mateus, dona de casa e telespectadora assídua de programas jornalísticos, afirma que nunca viu nenhum anúncio na televisão ou em qualquer meio de comunicação explicando os planos do BRT, como ele funcionará e quando estará em operação. Ela está ciente da disputa política entre o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, e o governador do Estado, Mauro Mendes, e acredita que essa briga política afeta a qualidade de todos os serviços públicos, incluindo o transporte coletivo.

Crislaine afirma: "Diante de tudo o que venho acompanhando, não crio expectativa sobre o BRT. Até porque, não tenho muitas informações sobre esse meio de transporte. Acredito que, por ser algo novo para nossa realidade, talvez melhore o serviço, mas não coloco minha mão no fogo afirmando que ele sairá do papel."

Enquanto está sentada em um ponto de ônibus que fica paralelo à avenida Isaac Póvoas, ela se espanta ao descobrir que o BRT passará pela região. Ela comenta: "Não sou engenheira, mas, na minha opinião, isso não dará certo. Mas, vamos mais uma vez pagar para ver e espero que não seja um alto preço, como ocorreu com o VLT."