Após uma década desde a chegada dos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em 2013, os governos de Mato Grosso e Bahia estão engajados em negociações para a transferência dos modais.
O processo é liderado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em colaboração com os órgãos de controle dos dois estados e suas respectivas Casas Civis. Na sexta-feira passada (25), o TCU formou um grupo de trabalho composto por 11 representantes para dar início às tratativas.
Conversamos com o Secretário-Chefe da Casa Civil do Estado da Bahia, Afonso Florence, que confirmou a negociação para uma potencial aquisição dos vagões e trilhos do VLT de Mato Grosso.
"Estamos iniciando as negociações para uma possível compra de todo o material rodante do VLT de Mato Grosso, visto que temos interesse em desenvolver o nosso sistema aqui. O TCU atuando como representante do Estado brasileiro auxilia a resolver tanto os problemas em Mato Grosso quanto aqui", esclareceu.
Florence mencionou que está ciente da situação jurídica atual do VLT de Mato Grosso e que, por essa razão, o grupo de trabalho no TCU buscará uma solução viável para todos os envolvidos. "Ainda não decidimos se, em caso de concretização da compra, o valor será depositado diretamente para o Estado ou em uma conta judicial, até que Mato Grosso resolva as questões jurídicas com a empresa".
A alternativa foi inicialmente discutida durante um encontro em 8 de agosto, e o grupo de trabalho para resolver a situação foi oficialmente estabelecido em 25 de agosto. O ministro do TCU, Bruno Dantas, estabeleceu um prazo de 30 dias para que o grupo avalie, proponha e coordene opções para a destinação dos equipamentos, apresentando um relatório com cenários e direcionamentos apropriados.
Os vagões e locomotivas foram adquiridos para a implementação do VLT, que tinha o objetivo de conectar Cuiabá e Várzea Grande em preparação para a Copa do Mundo de 2014. Licitado por R$ 1,477 bilhão, o projeto do VLT começou em 2012, mas apenas sete dos 22 km planejados foram construídos antes da paralisação. O certame foi cancelado e as obras foram descontinuadas, com o início da construção do sistema BRT (Bus Rapid Transit).
Procuramos o governo de Mauro Mendes para comentar sobre as negociações, mas até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta. O consórcio VLT também não emitiu declarações.