Atividade de serviços expande pelo segundo mês consecutivo e encerra primeiro semestre com aumento de 4,7%

Ao longo dos últimos 12 meses, o setor acumulou um ganho de 6,2%

Setor de serviços no Brasil registra aumento de 0,2% em junho, marcando o segundo mês consecutivo de crescimento positivo. Com essa expansão, o setor fecha o primeiro semestre com um avanço de 4,7%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10).

Esse resultado positivo impulsiona o setor, que contribui com cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a operar 12,1% acima do nível pré-pandemia e 1,5% abaixo do pico mais alto registrado na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que ocorreu em dezembro do ano passado.

Nos últimos dois meses, maio e junho, o setor acumulou um aumento de 1,6%, compensando a perda registrada em abril. Comparando com junho do ano passado, o volume de serviços cresceu 4,1%, marcando a 28ª taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. Ao longo dos últimos 12 meses, o setor acumulou um ganho de 6,2%.

Em junho, os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram uma recuperação de 0,8%, revertendo parte da queda acumulada nos dois meses anteriores (-1,2%). Os serviços de informação e comunicação também mantiveram uma tendência positiva, com um aumento de 0,5% pelo segundo mês consecutivo, totalizando uma alta de 1,3% no período.

Com um crescimento de 1,9% em junho, os serviços prestados às famílias acumularam um ganho de 4,1% nos últimos três meses. Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa, destacou que essa atividade teve o segundo maior impacto no índice geral, impulsionado pelo aumento da receita de empresas de restaurantes, espetáculos teatrais e musicais.

Em contraste, o setor de transportes teve uma retração de 0,3% em junho, após um avanço de 2,2% no mês anterior. No segmento de passageiros, a queda foi mais acentuada, chegando a 1,2% na comparação com maio. Entretanto, o transporte de cargas cresceu 0,6% na mesma comparação, atingindo o ápice da série histórica da pesquisa.

Rodrigo Lobo destacou três fatores que explicam esse desempenho: o aumento na produção agrícola, que está atingindo recordes de safra, o crescimento do comércio eletrônico, gerando uma demanda robusta para o transporte de cargas, e o transporte de mercadorias industriais, como bens intermediários e bens de capital, que operam acima dos níveis pré-pandêmicos.

Durante o primeiro semestre do ano, o crescimento do setor de serviços foi impulsionado por quatro das cinco atividades analisadas pelo IBGE. Destaca-se o ramo de transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio (5,6%), além das atividades de informação e comunicação (5,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (4,4%) e serviços prestados às famílias (5,8%). O segmento de outros serviços ficou estável (0%).

Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa, observou que os números indicam uma desaceleração do setor em comparação com os últimos dois anos. Ele enfatizou que os transportes tiveram o maior impacto no acumulado, com destaque para o transporte rodoviário de cargas, transporte rodoviário coletivo de passageiros e transporte aquaviário de cargas. A informação e comunicação também contribuíram para o crescimento, impulsionada pelo aumento na receita de empresas de telecomunicações e desenvolvimento de softwares.