O governador Mauro Mendes, da União, expressou sua discordância em relação à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, sobre a possibilidade de fechar os clubes de tiro existentes no Brasil.
Mendes ressaltou que, até o momento, não foi apresentada nenhuma proposta oficial para essa medida, mas afirmou que, caso seja homologada, será obrigado a cumpri-la, mesmo entendendo que os clubes de tiro não são os responsáveis pela violência no país.
"Neste momento, não vejo os clubes de tiro como um problema. Precisamos manter o foco na verdadeira questão: a violência no país é causada pela bandidagem que domina de norte a sul, pelas facções", declarou o governador nesta quinta-feira (27).
Mauro Mendes destacou que, se não houver mudanças ou uma legislação regulamentando o assunto, terá que seguir o novo decreto. Ele também fez um apelo ao governo federal para que tome medidas concretas e eficazes no combate à violência.
"Vou elogiar qualquer medida nesse sentido. No entanto, desviar o foco e fechar clubes de tiro não me parece uma solução para melhorar a segurança pública no país", acrescentou.
A declaração de Lula surge após a assinatura do decreto sobre o controle responsável de armas no país, o que gerou reações por parte de parlamentares da oposição. Entre eles, pelo menos 5 deputados já assinaram uma proposta de Decreto Legislativo para anular os efeitos do decreto publicado em 21 de julho.
O decreto tem sido alvo de críticas, principalmente quanto ao impacto no setor de armas, podendo resultar em desemprego e fuga de investimentos. Parlamentares preocupam-se com o prejuízo para os Clubes de Tiros e a comercialização de munições.
A senadora Margareth Buzetti, do PSD, que integra a base do governo Lula no Senado, também se posicionou contrária ao decreto. Em suas redes sociais, lamentou a assinatura do documento e destacou que o governo não considerou o impacto negativo que pode resultar em possíveis perdas de emprego, especialmente estimadas em cerca de 40 mil pessoas apenas na empresa Taurus, em toda sua cadeia produtiva.
Diante da situação, a senadora defende a realização de um amplo debate entre especialistas, autoridades e a sociedade civil para encontrar soluções mais equilibradas diante dessa questão sensível.