Desembargador enfatiza que o maior desafio é o preconceito na ressocialização

Ele defendeu o direito de todos a uma segunda chance e ressaltou que a falta de oportunidades para essas pessoas é prejudicial para toda a comunidade

O Desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), enfatizou que a maior dificuldade na ressocialização de ex-detentos é o preconceito existente na sociedade.

Ele defendeu o direito de todos a uma segunda chance e ressaltou que a falta de oportunidades para essas pessoas é prejudicial para toda a comunidade. O magistrado participou do Mutirão Processual Penal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizado nesta semana.

A Ministra Rosa Weber, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, esteve em Cuiabá na segunda-feira (24) para lançar o mutirão, que tem como objetivo revisar mais de 100 mil processos em tribunais por todo o país, nos próximos 30 dias.

Em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real (98.3), o Desembargador Orlando Perri explicou que o objetivo do mutirão é analisar os processos em busca de irregularidades ou excesso de prazo na prisão das pessoas. Essa medida visa a trazer justiça para aqueles que já cumpriram suas penas.

Perri reconheceu que em Mato Grosso ainda existem problemas na distribuição dos presos, mas elogiou o governador Mauro Mendes, afirmando que ele está promovendo uma revolução no sistema prisional do estado.

"Nós avançamos muito nos últimos anos, especialmente na gestão do governador Mauro Mendes, que merece reconhecimento por dar a devida atenção ao sistema prisional. Muitos governos não se interessam em cuidar do sistema prisional, pois não há urnas eletrônicas nesses locais. Eles se esquecem de dar a devida atenção a essas pessoas, que são seres humanos como nós."

Como supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário e Socioeducativo de Mato Grosso, Perri destacou que o maior desafio para a ressocialização é o preconceito enfrentado por essas pessoas na sociedade. Ele ressaltou que essas pessoas podem trazer benefícios para as empresas, como incentivos fiscais e maior dedicação, e que merecem uma nova chance.

"O maior desafio que enfrentamos é o preconceito que ainda prevalece em nossa sociedade. De forma geral, rotulamos essas pessoas que infringiram a lei, mas cumpriram suas penas... Devemos oferecer uma oportunidade, uma segunda chance, pois todos merecem uma segunda chance na vida."