Transplantes de órgãos de doador de Cuiabá beneficiam pessoas de SP e DF

A captação resultará na doação de um pulmão, dois rins, um fígado e córneas para cinco pacientes diferentes dos estados de São Paulo e Distrito Federal

Nesta sexta-feira (21), foi realizada em Cuiabá a primeira captação de órgãos do ano de 2023. O doador estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e teve morte encefálica constatada na quarta-feira (19).

A captação resultará na doação de um pulmão, dois rins, um fígado e córneas para cinco pacientes diferentes dos estados de São Paulo e Distrito Federal.

A diretora administrativa do Hospital Santa Rosa, onde a captação foi realizada, explicou que a captação de órgãos exige cuidados específicos e vários exames para o transplante. O procedimento ideal deve ser iniciado dentro de 24 a 48 horas após a constatação da morte cerebral.

Dezenas de exames foram realizados para determinar as condições de cada órgão e identificar a compatibilidade entre doador e possíveis receptores. A médica intensivista e coordenadora da UTI Adulto conduziu o processo de captação e destacou a importância dos familiares no procedimento, que é complexo e requer muito diálogo.

A corrida contra o tempo foi uma prioridade durante o processo de captação, com a Coordenação Estadual de Transplantes e a Central Nacional de Transplantes sendo acionadas. Após a aprovação da família, o paciente doador foi assistido por aparelhos e medicado para manter os órgãos viáveis ao procedimento.

A médica coordenou a logística do procedimento, que envolveu várias equipes distintas. A doação beneficiou cinco pacientes em São Paulo e Distrito Federal, uma vez que Mato Grosso realiza apenas transplantes de córneas.

A médica ressaltou o cuidado com a família do doador, que precisa tomar decisões importantes em um curto espaço de tempo enquanto enfrenta a dor da perda de um ente querido.

A possibilidade de morte cerebral está sempre presente, e os profissionais são preparados para acionar o protocolo de captação. Mato Grosso não realiza frequentemente transplantes de órgãos, tornando esta captação um evento raro e histórico para a saúde no estado. A intensivista considera a experiência bem-sucedida de captação como um marco em sua carreira até o momento.