Uma funcionária da Rede Municipal de Educação da cidade de Nova Ubiratã, localizada a 502 km ao Norte de Cuiabá, é um dos alvos da Operação Procusto, realizada nesta terça-feira (27) pela Polícia Civil. A operação tem como objetivo prender os envolvidos na tortura que resultou na morte de P.R.C.S, de 23 anos, ocorrida em abril. Os restos mortais da vítima foram encontrados em 31 de maio.
De acordo com a assessoria de imprensa, a mulher abandonou o trabalho em uma escola municipal para gerenciar os crimes de tortura e homicídio. Ela e um comparsa receberam a ligação de um preso da Penitenciária Central do Estado (PCE), que ordenou as mortes de P.R.C.S e seu amigo.
A investigação revelou que a funcionária da Educação demonstrou preocupação em utilizar seu veículo para transportar as vítimas, mencionando que seu carro era conhecido na cidade e utilizado pela mãe. Para executar o crime, a facção conseguiu um Fiat Uno, que veio de Sorriso com dois criminosos. Eles deram apoio ao crime e levaram as vítimas para o local onde seriam mortas.
Quando soube do apoio dos criminosos, a mulher comemorou, acreditando que a polícia não ficaria sabendo do ocorrido. No entanto, o amigo de P.R.C.S conseguiu fugir e denunciou o caso à polícia.
Após buscas e ações policiais, dois criminosos foram presos e um terceiro foi morto em confronto com a Polícia Militar. Os demais envolvidos conseguiram escapar. O corpo de P.R.C.S só foi encontrado 42 dias depois, em uma região de mata.
A Operação Procusto conta com oito mandados de prisão, sendo que dois dos alvos já estão detidos, um na PCE e outro na Cadeia Pública de Nobres. Além disso, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão.
A investigação revelou que a funcionária da Educação teve participação direta na execução dos crimes e agiu com extrema perversidade, inclusive dando ordens para mutilação das vítimas. Outro envolvido auxiliou no transporte das vítimas até o local do crime e defendeu a morte dos dois jovens em conversa com um comparsa que também está preso.
O crime foi ordenado por um detento da PCE, que recebia informações dos integrantes da facção responsável por monitorar as vítimas desde sua chegada à cidade. Os criminosos buscavam fazer com que as vítimas confessassem serem membros de uma facção rival, baseando-se no gesto simbólico conhecido como "sinal 3" feito com as mãos.
A reportagem buscou contato com a Prefeitura de Nova Ubiratã, porém, as ligações não foram atendidas até o momento.