Carlos Bouret, presidente da Unimed Cuiabá, garante que o prejuízo contábil de mais de R$ 400 milhões, identificado por uma auditoria do balanço de 2022, não prejudicará os serviços prestados aos cerca de 220 mil usuários da cooperativa. Embora seja um valor expressivo, a operação da empresa está assegurada e os consumidores não sofrerão alterações na qualidade dos serviços.
Bouret destaca o foco da cooperativa no relacionamento com os usuários, fornecendo informações e esclarecendo dúvidas sobre exames, entre outras ações. A transparência é fundamental para mostrar que os consumidores não estão sendo enganados, além de aumentar a fidelidade e reduzir a judicialização dos casos.
Diante das disputas entre a antiga gestão, liderada por Rubens de Oliveira, e a nova administração, Bouret ressalta que a empresa tem implementado medidas para reduzir despesas e recuperar o impacto negativo nas finanças. A receita anual da Unimed Cuiabá gira em torno de R$ 1,5 bilhão, e ajustar os gastos administrativos e operacionais é um processo que requer tempo.
Após a assembleia geral ordinária marcada para o dia 27, os cooperados irão discutir as propostas para reverter o déficit fiscal e definir as próximas ações da Unimed Cuiabá. Bouret enfatiza a necessidade de readequação financeira ao longo do ano, conforme as normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e a avaliação de conformidade está em andamento para apurar eventuais irregularidades na administração anterior.
A auditoria revelou que o prejuízo acima de R$ 400 milhões está relacionado a contratos abusivos, sonegação fiscal e adiantamentos a prestadores de serviços realizados na gestão anterior da Unimed Cuiabá. As inconsistências contábeis foram descobertas após fiscalização da ANS e o balanço contábil de 2021 foi reprovado pelos médicos cooperados em assembleia realizada em março.
O relatório aponta que Rubens de Oliveira, ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte e Eroaldo Oliveira, ex-CEO, teriam omitido informações dos conselheiros fiscais em desacordo com o estatuto da cooperativa. Caso sejam confirmadas irregularidades, os membros da antiga gestão podem enfrentar punições internas e responsabilização judicial, visando o ressarcimento da cooperativa.