Autoridades adotam medidas de isolamento contra líderes criminosos para conter o avanço do CV

A investigação foi subsidiada pela interceptação de ligações telefônicas do líder da facção, revelando mais uma vez que os celulares fazem parte da rotina dos presos da PCE que estão na área de convívio

Preso identificado como líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, Sandro da Silva Rabelo, conhecido como 'Sandro Louco', juntamente com outros membros influentes da facção, permanece em isolamento no raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE) após a primeira fase da Operação Ativo Oculto, deflagrada em 23 de março. Após mais de dois meses, e após a deflagração da segunda fase em 3 de abril, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público informou que 12 alvos ainda estão detidos em unidades prisionais, enquanto um está em prisão domiciliar.

A investigação foi subsidiada pela interceptação de ligações telefônicas do líder da facção, revelando mais uma vez que os celulares fazem parte da rotina dos presos da PCE que estão na área de convívio. Somente após a operação, as lideranças do Comando Vermelho foram transferidas para a área de isolamento em um novo raio da unidade, operando no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). De acordo com o comandante do Gaeco, o promotor Adriano Roberto Alves, além de Sandro, outras lideranças do Comando Vermelho também foram transferidas para o isolamento.

Durante as duas fases da operação, foram apreendidos 89 celulares, 11 armas de fogo, 12 veículos avaliados em R$ 1.060 milhão, R$ 161.202,30 em dinheiro e três terrenos. Os agentes também realizaram seis apreensões de entorpecentes.

Além de Sandro, que acumula penas que ultrapassam 100 anos de reclusão, outros membros de sua família também estão sendo investigados. Sua atual esposa, Thaisa Souza de Almeida Silva Rabelo, está detida em uma unidade prisional, enquanto sua advogada, Adriana Borges Souza da Mata, foi beneficiada com prisão domiciliar.

Apesar de constatar que os criminosos que ocupam a cúpula do Comando Vermelho continuam emitindo ordens de dentro da maior penitenciária do estado, o Ministério Público Estadual (MPE) descarta a transferência para presídios federais em outras unidades da federação, assegurando que todos os líderes da facção já estão isolados na PCE.

A Operação Ativo Oculto foi baseada em uma investigação iniciada pelo Gaeco e tem como objetivo apurar crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores adquiridos pela organização criminosa dominante no estado.