Vereadores de Cuiabá solicitam investigação da declaração da interventora Danielle Carmona, que alegou que mais de 17 mil pessoas teriam falecido enquanto aguardavam por cirurgias no município antes da intervenção estadual na saúde.
O vereador Wilson Kero Kero, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá, afirmou que tem recebido denúncias de servidores e pacientes sobre a qualidade dos serviços prestados pelo Gabinete de Intervenção. Ele ressaltou que considera a medida de intervenção bastante severa, mas que, como já foi implementada, ele irá acompanhar de perto.
Em seguida, o presidente da Câmara, vereador Chico 2000, entregou um ofício ao vereador Kero Kero, solicitando que a Comissão de Saúde investigue a afirmação feita pela interventora sobre as mais de 17 mil mortes na fila de cirurgias em Cuiabá.
"Adote as medidas necessárias para verificar a veracidade dos fatos denunciados pela interventora do Estado, especialmente para que ela forneça, em um prazo de 15 dias, os nomes das pessoas falecidas, as datas e os locais dos óbitos, as causas, os endereços e qual cirurgia o falecido estava aguardando", declarou o parlamentar.
O vereador Demilson Nogueira também abordou o assunto, mencionando que conversou com a interventora durante uma vistoria no antigo Pronto Socorro de Cuiabá, realizada no sábado (27), na presença do governador Mauro Mendes e da equipe de intervenção. Ele solicitou que a interventora envie à Câmara a lista contendo os 17 mil nomes, a fim de que a Casa possa conduzir uma investigação.
A vereadora Maysa Leão esclareceu que os números divulgados pela interventora foram extraídos do Sistema de Regulação (SISREG) e destacou que a preocupação não deve ser em comparar a eficiência do serviço prestado anteriormente com o atual.
"No que diz respeito à intervenção, os posicionamentos costumam ser bastante apaixonados [...] Houve 17 mil óbitos, busquei os dados, esses dados estavam no SISREG. [...] Cruzando com os dados de mortalidade, constatamos que, de fato, 17 mil pessoas faleceram. Não podemos afirmar se a causa foi a falta de cirurgia ou algum acidente, isso não foi declarado [...] É importante que nós, enquanto parlamentares, tenhamos conhecimento disso, que 17 mil pessoas morreram enquanto aguardavam na fila [...] Devemos nos basear em dados e tentar contribuir", explicou a vereadora.