Entregadores prestam homenagem e exigem justiça em cortejo até cemitério por colega falecido

Em um cortejo emocionante, os motociclistas seguiram pela avenida Fernando Correa da Costa em direção ao cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, onde Kelvin será sepultado

Centenas de motociclistas que trabalham com entregas em Cuiabá se uniram em frente à funerária Dom Bosco para prestar uma emocionante homenagem ao colega Kelvin Tavares da Cruz, de 29 anos, que faleceu tragicamente. Além de renderem suas homenagens, eles também estão exigindo que o motorista responsável pelo atropelamento seja punido adequadamente.

Em um cortejo emocionante, os motociclistas seguiram pela avenida Fernando Correa da Costa em direção ao cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, onde Kelvin será sepultado. Em seguida, eles continuarão até a avenida Espigão, local onde ocorreu o trágico atropelamento na noite de domingo (28).

João "Barbudão", líder dos motoboys, expressou a indignação da classe em relação à morte de Kelvin: "Este movimento é pacífico, em memória do nosso amigo Kelvin, e também em memória do senhor Orlando e de outros motoboys que nos deixaram. Em Várzea Grande, também perdemos dois colegas. Estamos indignados porque a morte de Kelvin foi uma tragédia causada por uma pessoa embriagada".

Um representante dos entregadores relatou que Kelvin estava trabalhando e havia parado em frente ao posto de saúde do Tijucal, no acostamento, para enviar uma mensagem ao cliente. Foi nesse momento que o motorista o atingiu em alta velocidade. O impacto foi tão forte que Kelvin foi arremessado e sofreu múltiplas fraturas, além de perder uma grande quantidade de sangue. Infelizmente, ele não resistiu aos ferimentos.

Segundo o motoboy, este mês a classe foi até a Câmara Municipal para cobrar apoio e segurança. Na ocasião, o vereador Dilemário Alencar propôs a instalação de pontos de apoio para os trabalhadores.

"O trabalho dos motoboys tem crescido muito na cidade, e o trânsito está caótico. Precisamos que as autoridades públicas contribuam e façam a sua parte. Estamos manifestando por todos esses pontos e em memória do nosso colega, que nos deixou de forma trágica", acrescentou o representante.

João Pedro, outro trabalhador do ramo, exige que a justiça seja feita, destacando que não é a primeira vez que entregadores perdem suas vidas no trânsito.

"Primeiro foi o senhor Orlando, há pouco mais de um mês, e agora Kelvin. Tudo isso acontece por conta da imprudência dos motoristas, não dos entregadores. A mulher que atropelou Orlando está livre. O motorista que atropelou Kelvin estava embriagado e também está solto. Nossa classe sofre perseguições diariamente e não podemos fazer nada, pois somos repreendidos", relatou João.

João ainda descreveu como, no dia do atropelamento de Kelvin, o grupo seguiu uma viatura policial "para garantir que o motorista seria preso", mas foram ameaçados pelos agentes, que alegaram que não poderiam ser filmados.