Mãe de Marielle elogia atuação do IMUNE e declara: "Essas mulheres são referência no Estado"

Em entrevista ao portal, a presidente explicou que, desde sua fundação, o instituto desenvolve diversas ações nas comunidades

Advogada Marinete Silva, mãe da vereadora carioca Marielle Franco, que foi assassinada a tiros em 2018, elogiou o trabalho do Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune-MT). Durante sua visita a Cuiabá nesta semana, Marinete destacou que a atuação das membros da instituição é uma referência na luta pelos direitos no estado.

Como fundadora do Instituto Marielle Franco, Marinete veio a Mato Grosso a convite do Imune para participar de um painel intitulado "Mães de Vítimas de Violência Política ou Vítimas de Feminicídio". Em entrevista, a advogada ressaltou a importância de organizações que promovam discussões sobre os direitos da população negra e das mulheres.

"Sempre estamos envolvidos nessas iniciativas relacionadas às questões dos negros, e o Imune tem realizado um trabalho exemplar aqui em Mato Grosso. Essas mulheres têm sido uma referência para o estado", disse Marinete. Para ela, coletivos que promovem essas discussões são como "sementes" que transformam as regiões em que estão inseridos.

"[O Imune] também se associa a outras organizações, como agora, trazendo o Instituto Marielle Franco. O instituto realiza um trabalho que, além de acolher essas mulheres, traz o nome de Marielle, com tudo o que sua memória, legado e semente representam para nosso crescimento", acrescentou.

Imune

Fundado há 20 anos, o Imune é uma organização social que planeja e executa ações para promover os direitos da população negra e das mulheres em Mato Grosso. A sede da instituição está localizada no Centro Cultural Casa das Pretas, na capital.

O evento "Agitando a Resistência Negra", que trouxe Marinete a Mato Grosso, foi realizado em parceria entre o Imune e a Casa das Pretas. A fundadora do instituto, professora Nieta Costa, falou sobre o aumento no número de atendimentos realizados pela organização nos últimos anos e adiantou alguns planos para o futuro do grupo.

Em entrevista ao portal, a presidente explicou que, desde sua fundação, o instituto desenvolve diversas ações nas comunidades. No entanto, a visibilidade dos projetos aumentou nos últimos anos com a criação da sede do Centro Cultural Casa das Pretas.

Com o espaço físico, o trabalho do instituto atraiu mais atenção e transcendeu as fronteiras em que estava inserido. No entanto, conforme destacou Nieta, os atendimentos devem ser ainda mais ampliados nos próximos anos. Para isso, a presidente espera fortalecer o diálogo com o setor público.

"Precisamos aumentar esses atendimentos não apenas por nós, mas por causa da realidade. Temos 33 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade alimentar. Em Mato Grosso, o percentual de negros e afrodescendentes está chegando a 64%. Portanto, precisamos de políticas públicas", afirmou.

"Nesse sentido, para garantir os atendimentos, o instituto pretende dialogar com os órgãos públicos para que nossas demandas sejam efetivadas.