O governador Mauro Mendes (União) manifestou preocupação com a possibilidade de a reforma tributária ser aprovada de forma acelerada no Congresso Nacional, alertando para os impactos negativos que essa mudança pode trazer para Mato Grosso e outros estados.
Durante uma entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta quinta-feira (25), o chefe do Executivo detalhou uma reunião que teve com a equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros gestores para discutir o assunto, realizada no Palácio do Planalto na quarta-feira.
Mendes ressaltou que há uma preocupação geral em relação aos pontos que precisam ser modificados para evitar prejuízos aos cofres dos entes federativos. Ele destacou a eficiência do atual presidente da Câmara em articular a aprovação da proposta, o que pode resultar em uma tramitação acelerada. O governador alertou que não haverá um longo período de discussões sobre o tema na Câmara dos Deputados.
Uma das principais preocupações mencionadas pelo governador é a extinção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ele explicou que Mato Grosso foi o estado que mais cresceu na última década, impulsionado pelo agronegócio. No entanto, com a reforma, o Distrito Federal poderá ter um aumento de mais de 300% na arrecadação nos próximos 40 anos, enquanto Mato Grosso pode sofrer um grande retrocesso.
Mendes ressaltou a importância de analisar os detalhes da reforma, pois "o diabo mora nos detalhes". Ele questionou como ele e sua bancada de Mato Grosso poderiam concordar com um cenário em que o estado enfrentaria um crescimento negativo em comparação com outros estados.
O governador defendeu que, antes de discutir as mudanças na tributação, é necessário promover uma ampla reforma administrativa para tornar o setor público mais eficiente.
Ele concorda com a necessidade de uma reforma tributária no Brasil, pois reconhece que o sistema tributário atual é caro, ineficiente e complexo. No entanto, enfatizou a importância de compreender efetivamente o que será feito antes de concordar com os termos da proposta. Ele ressaltou que, a menos que o Estado brasileiro se torne mais eficiente em todos os níveis, será difícil reduzir a carga tributária no país.