Ministro da Educação afirma que nenhuma das 100 melhores escolas do país é militar

A militarização das unidades escolares tem sido um tema polêmico e de discussão há meses no estado

O Ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou durante sua visita a Cuiabá nesta quinta-feira (25) que o governo federal não pretende incentivar a militarização de escolas no país. O gestor argumentou que essa estratégia não tem demonstrado melhorias nos resultados educacionais dos alunos e ressaltou a intenção de investir em escolas profissionalizantes, técnicas e de ensino integral.

A militarização das unidades escolares tem sido um tema polêmico e de discussão há meses no estado. Enquanto o governo estadual defende esse modelo, o sindicato dos professores o repudia. Uma audiência pública realizada na Escola Estadual Professora Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, terminou em confusão e foi anulada.

Questionado sobre os projetos do governo em relação às escolas militares, o ministro deixou claro que não é uma estratégia adotada pelo ministério. Ele afirmou que os resultados obtidos até o momento são insuficientes para avaliar o desempenho, e destacou que as melhores escolas do país não adotam esse perfil.

"Estudos comprovam que essa estratégia não é a melhor. Não vamos reinventar a roda. Vamos apostar no que funciona: escolas integrais, escolas profissionalizantes e apoiar os jovens para que não abandonem a escola. Vou dar um exemplo do meu estado: das 100 melhores escolas do Brasil, 80 são do meu estado e nenhuma delas é militar", ressaltou Santana.

Camilo Santana, ex-governador do Ceará, assumiu o Ministério da Educação na gestão de Lula.

Apesar de negar projetos nessa direção, ele garantiu que o ministério adota uma posição neutra e que os estados e municípios têm autonomia para decidir sobre a militarização.

"Não somos contra. Não há evidências de resultados. Não temos dados das escolas militares, pois ainda não houve tempo suficiente. São 212 escolas em um universo de 138 mil escolas de ensino básico que temos no Brasil", explicou.

Durante sua visita, o ministro assinou um pacto para investimento no hospital universitário em construção na capital e também compareceu à inauguração na Universidade Federal de Rondonópolis.