CEO de empresa com concessão de parque questiona: "Quem será responsável pelo elefante branco?"

Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) manteve suspensa a assinatura do contrato de concessão dos serviços públicos no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Pedro Cleto, CEO da Holding Parquetur, empresa vencedora do leilão da concessão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, expressou críticas ao Governo do Estado, que busca a estadualização do espaço. Cleto argumentou que não é razoável "estadualizar um Parque Nacional" e questionou quem ficaria responsável pelas obras propostas pelo governo, como o elevador panorâmico e a passarela de vidro, referindo-se a elas como um "elefante branco".

Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) manteve suspensa a assinatura do contrato de concessão dos serviços públicos no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. O governo estadual contesta o processo de concessão e tem interesse em assumir a administração do parque.

Em uma entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real (98.3 FM), na segunda-feira (22), o CEO da Parquetur afirmou que confia que sua empresa sairá vitoriosa. "O processo foi suspenso pelo TCU, mas o tribunal tem acompanhado desde o início do leilão. Agora, temos certeza de que também passaremos por essa próxima fase de suspensão [...] e seremos chamados para assinar o contrato. Após a assinatura, teremos 30 dias para assumir o parque", declarou Pedro Cleto.

O governo de Mato Grosso tem reclamado, por exemplo, do investimento anunciado pela concessionária, que é de R$ 18 milhões, enquanto promete investir R$ 200 milhões nos próximos 30 anos. Cleto explicou que os R$ 18 milhões referem-se apenas aos três primeiros anos de concessão e questionou a capacidade do setor público de manter um serviço de qualidade.

"Quando o governador menciona os R$ 200 milhões que serão investidos, ele pretende construir um elevador panorâmico, uma passarela de vidro e outras coisas, mas isso é muito complicado porque quem ficará responsável pela manutenção? [...] Normalmente, o Estado, o Governo Federal, o Governo Estadual são capazes de realizar grandes investimentos, mas não conseguem manter a manutenção posteriormente", argumentou Cleto.

Além disso, ele destacou que, mesmo que o governador Mauro Mendes tenha interesse em investir no parque, ele não será o chefe do Executivo estadual pelos próximos 30 anos de concessão. "Quem ficará responsável por esse elefante branco no futuro? Hoje o governador está no cargo, mas amanhã pode ser outra pessoa que não tenha interesse em realizar esses investimentos. Nós, como concessionários ao longo de 30 anos, teremos a obrigação de manter tudo o que for construído lá.