Crianças são encontradas com mamadeiras presas aos peitos e uma delas ingere fezes em creche

Uma das denúncias mais graves é a de que a proprietária do berçário esfregou a calcinha suja de fezes no rosto de uma das crianças até que o material começou a se desfazer

Um caso chocante de maus-tratos a crianças veio à tona na cidade de Sorriso, localizada a 420 km ao norte. Segundo as investigações, um casal mantinha um berçário e hotel infantil onde as crianças eram submetidas a torturas e castigos físicos e psicológicos. As crianças, com idades entre zero e 5 anos, eram amarradas, deixadas ao sol por longas horas, incentivadas a chorar até dormir e agredidas.

Uma das denúncias mais graves é a de que a proprietária do berçário esfregou a calcinha suja de fezes no rosto de uma das crianças até que o material começou a se desfazer. A vítima, uma menina, desenvolveu o comportamento de coprofagia, ou seja, passou a ingerir as próprias fezes. O casal deve responder por 15 crimes, incluindo ameaça contra a vida de uma ex-funcionária.

A investigação apurou que o casal cometia esses crimes contra oito crianças e que duas ex-funcionárias foram ouvidas no caso. Uma delas relatou que a proprietária teria esfregado a fralda suja de fezes no rosto das vítimas com tanta força e por tanto tempo que o tecido chegou a esfarelar no rosto da criança. A outra funcionária relatou um episódio em que a proprietária teria imobilizado uma criança de pouco mais de 1 ano no chão, colocando o joelho no peito da vítima com todo o peso do seu corpo.

A delegada responsável pelo caso, Jessica Assis, também relatou sessões de tortura contra uma criança que era hiperativa. A criança era amarrada a um toco com um cinto e deixada debaixo do sol por horas, até chorar e adormecer sentada. Em outros casos, as crianças eram penduradas em balanços e deixadas chorando até dormir.

As cuidadoras também relataram que a proprietária manipulava os pais para manter um relacionamento saudável, a fim de evitar questionamentos. A delegada orienta aos pais que suspeitam de situações atípicas que procurem a delegacia rapidamente.

O casal segue preso preventivamente e as investigações continuam para apurar a responsabilidade de outros suspeitos que cometiam esses maus-tratos.