Delegada afirma que 'espalhar fake news e aterrorizar escolas não é brincadeira'

Alguns estudantes investigados por propagar mensagens falsas que causaram pânico e tumulto em escolas afirmaram que se tratava de uma brincadeira ou uma forma de impedir a realização de aulas e provas

Nos últimos 13 dias, cerca de 400 denúncias relacionadas a ameaças de massacres ou presença de armas em escolas foram investigadas pela Polícia Civil de Mato Grosso. Até o momento, 44 pessoas foram identificadas e conduzidas às delegacias da capital e do interior, incluindo dois adultos e adolescentes entre 12 e 17 anos, além de duas crianças que foram identificadas com armas, duas delas de airsoft que teriam sido presentes do pai.

Alguns estudantes investigados por propagar mensagens falsas que causaram pânico e tumulto em escolas afirmaram que se tratava de uma brincadeira ou uma forma de impedir a realização de aulas e provas. No entanto, a delegada-geral da instituição, Daniela Maidel, ressaltou que a disseminação de fake news e o terrorismo em escolas são graves e a polícia leva o assunto muito a sério, principalmente por se tratar do envolvimento de menores de idade e pelo pânico causado na comunidade escolar.

Segundo Maidel, quem comete atos como esses pode ter a vida toda comprometida, inclusive profissionalmente. Um exemplo ocorreu em Cuiabá, quando três menores foram apreendidos pela Delegacia Especializada do Adolescente por explodir uma bombinha em uma escola estadual, respondendo por atos infracionais análogos à associação criminosa, ameaça, dano ao patrimônio e por praticar ato que produz pânico ou tumulto.

As investigações fazem parte da Operação Escola Segura, em que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, juntamente com o Ministério da Educação, trabalham em conjunto com as Polícias Civis dos 27 estados do país em ações preventivas e repressivas contra possíveis ataques a escolas.

Em Mato Grosso, as investigações são coordenadas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), em apoio às delegacias dos municípios onde foram registradas mensagens publicadas em redes sociais. Autorias de mensagens foram identificadas em 20 cidades de Mato Grosso e 4 estados da federação.

O delegado titular da DRCI, Ruy Guilherme Peral, alerta que muitas mensagens, vídeos e fotos que circulam são as mesmas em todo o país, e os criminosos fazem alterações para a realidade local para causar pânico. Ele destaca que é importante frear a divulgação desses conteúdos e que a população envie as denúncias ao perfil oficial da Polícia Civil nas redes sociais ou pelos canais de atendimento disponíveis.