Nos últimos 10 anos, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso aplicou apenas 11 punições aos seus membros, resultando em uma média de uma punição por ano. A informação foi obtida pela Gazeta por meio de uma solicitação de Lei de Acesso à Informação (LAI).
Dos casos de punição, duas foram de censura, sete de aposentadoria compulsória e uma de demissão. Entre os casos mais graves que resultaram na pena de aposentadoria compulsória, estão os dos magistrados Wendell Karielli Guedes Simplício, Marcos José Martins de Siqueira, Fernando Márcio Marques de Souza, Evandro Stábile, Círio Miotto, Almir Barbosa dos Santos e Flavia Catarina Amorim Reis.
O juiz Wendell Karielli foi acusado de envolvimento em venda de sentenças em três cidades. Apesar de negar as acusações, foram encontrados depósitos de grandes valores em suas contas bancárias no período de 2004 a 2007, sem identificação do depositante.
O juiz Marcos Siqueira foi acusado de corrupção no exercício de suas funções, tendo presidido uma audiência com a presença de uma pessoa falecida e liberado a quantia de R$ 8 milhões por meio de um alvará judicial. Fernando Sales, ex-juiz de Paranatinga, foi acusado de pedofilia contra uma criança de oito anos de idade.
O desembargador Evandro Stábile foi preso em setembro de 2018 pela Polícia Federal por venda de sentenças, enquanto o juiz Círio Miotto foi aposentado compulsoriamente por ter negociado decisões judiciais em um esquema deflagrado pela Polícia Federal durante a Operação Asafe, em 2010.
Por fim, o juiz Almir Barbosa Santos recebeu a punição máxima por beneficiar um grupo de advogados que o seguiu por três comarcas, acreditando que teriam os processos julgados a seu favor.
O único juiz demitido foi Ariel Rocha Soares, que comparecia alcoolizado ao fórum no exercício de sua função, adotava conduta incompatível com a magistratura, demorava a julgar os processos e fazia manobras perigosas com seu carro nas dependências do fórum onde trabalhava, em Tabaporã.