Passageiros do transporte público em Cuiabá e Várzea Grande têm enfrentado diversas dificuldades, como furtos dentro dos ônibus lotados, falta de assentos, atrasos e estrutura precária nos pontos. O Terminal André Maggi, na Cidade Industrial, tem recebido muitas reclamações dos usuários, levando a reportagem a investigar a situação.
A reportagem chegou ao local por volta das 16h, horário em que o movimento de pessoas começa a se intensificar. A cobertura inadequada não protegia todos completamente do sol e não havia assentos suficientes para acomodar quem esperava sua vez de embarcar.
Dona Ylma de Souza, 73 anos, contou que a demora dos ônibus é um problema constante. Ela faz tratamento de saúde em uma universidade privada e disse que os veículos estão sempre lotados. "Eu pego o 17, mas a gente quase não vê esse ônibus. Demora demais. Sempre chego tarde em casa. Nem fazer reportagem tem adiantado mais ultimamente", desabafou.
Maria Edelurdes da Silva, 61 anos, que estava acompanhando dona Ylma, contou que foi roubada e perdeu seu dinheiro do mês no dia anterior, enquanto pegava o transporte público para fazer um transplante. O valor era referente ao Auxílio Emergencial e única renda para o sustento da casa. "Perdi meu dinheiro. Ontem não foi dia pra mim. Demorou pro ônibus chegar e quando chegou fui roubada", disse.
A demora do ônibus é um problema frequente e tem causado atrasos nos empregos de trabalhadores como Joeli Campos, 44 anos. Ela sai de casa às 04:30 e ainda assim se atrasa. A trabalhadora de serviços gerais mora no Jardim Esmeralda e conta que a linha que percorre o bairro também demora. "É uma vergonha esse terminal. Cobram R$ 5 pela passagem e oferecem esse serviço extremamente precário", reclama.
As reclamações com relação à precariedade dos coletivos são diversas. A Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) informou que tem aumentado a frota de algumas linhas de Várzea Grande visando diminuir a demora dos coletivos. Disse ainda que os veículos são novos e climatizados.