O ex-secretário de Saúde Célio Rodrigues e outros dez investigados enfrentarão um processo judicial como réus por desvios na pasta. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (6) pelo juiz da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra. O processo ainda abre vista ao Ministério Público Estadual (MPE) sobre o pedido de revogação da prisão do ex-gestor.
Além de tornar os acusados réus, o juiz autorizou o compartilhamento de provas dos inquéritos da Polícia Civil com o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa e a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) para futuras investigações.
De acordo com o documento, a investigação sugere que os réus, cada um com uma função pré-definida, teriam desviado, ou favorecido o desvio, de aproximadamente R$ 3.242.751,00 dos cofres públicos, verba esta destinada à Saúde do Município de Cuiabá/MT, em um período assolado pela epidemia do coronavírus. O juiz recebeu a denúncia e a decisão é fundamentada nos indícios de autoria e materialidade.
Além de Célio Rodrigues, são réus na ação Eduardo Pereira Vasconcelos, que ocupava a função de diretor administrativo-financeiro da ECSP; Maurício Miranda de Mello, proprietário da Remocenter; Mônica Cristina Miranda dos Santos, já figurou como única sócia-administradora da Remocenter; João Bosco da Silva, já figurou como único sócio-administrador da Remocenter; Gilmar Furtunato, já figurou como sócio-administrador da Remocenter; Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, que ocupava a função de administradora de planejamento e finanças da ECSP; Raquell Proença Arantes, servidora farmacêutica responsável técnica da central de abastecimento de farmácia da ECSP; Jussiane Beatriz Perotto, servidora lotada na central de abastecimento de farmácia da ECSP; João Batista de Deus Júnior, que à época dos fatos atuou como fiscal de contratos na central de abastecimento de farmácia da ECSP; e João Victor Silva, técnico administrativo lotado na central de abastecimento de farmácia da ECSP.
A Operação Hypnos, deflagrada em 9 de fevereiro pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), tem como objetivo desarticular um esquema instalado na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) em 2021. A investigação é fruto de uma auditoria da Controladoria-Geral do Estado, que apontou indícios de desvio de dinheiro na ECSP. Depois disso, foram constatadas várias irregularidades em pagamentos, chegando ao montante de R$ 1 milhão.